O serviço de mensagens instantâneas, Telegram, quer dar um up no mercado de moeda digital lançando sua própria plataforma blockchain e sua própria criptomoeda, chamada Gram. O ponta pé inicial da TON (Telegram Open Network) seria dado através de uma ICO (Initial Coin Offering) – que é um meio não regulamentado pelo qual um novo empreendimento ou projeto pode arrecadar fundos vendendo moedas “recém-cunhadas”.
O objetivo da Telegram seria ter um sistema de pagamento e transferência nativo que não pode ser controlado por governos ou instituições bancárias.
Os usuários da plataforma poderiam comprar, vender e trocar bens, serviços e fazer micro pagamentos sem depender de taxas de câmbio ou pagar comissões. Se popularizado, seria uma criptografia de grande valor no mercado.
Rumores do lançamento da TON já estão circulando desde dezembro passado, quando Anton Rozenberg, ex-funcionário da Telegram, vazou um vídeo no qual a empresa planeja promover a ICO:
Como a Telegram planeja fazer um ICO e lançar sua própria criptografia?
De acordo com um whitepaper com o qual o TechCrunch teve acesso, a Telegram possui um plano de quatro estágios que inclui coisas como:
TON DNS – um serviço para atribuir nomes fáceis de ler aos endereços das carteiras das pessoas. Com esta tecnologia, o acesso a serviços TON descentralizados será como acessar uma página da web.
TON Payments – uma plataforma para pagamentos e micropagamentos que podem ser usados entre pessoas ou interagindo com bots no Telegram.
TON Blockchain – A cadeia de bloqueios proposta do Telegram consiste, na realidade, em uma cadeia mestre e em 292 cadeias projetadas de forma a que seja muito escalável. Novos blocos seriam gerados quase que imediatamente e as transferências seriam quase instantâneas. O whitepaper garante que a propriedade blockchain seja capaz de sustentar 1 milhão de transações por segundo. O design também permitiria a mineração, mas usando menos poder de processamento.
TON Services – uma plataforma para terceiros criando aplicativos e contratos inteligentes de forma descentralizada com base na cadeia de blocos. Tudo isso sustentado pelos 180 milhões de usuários ativos que o Telegram tem hoje em dia.
Um roteiro com datas também foi filtrado para cada uma das fases TON. Durante o segundo trimestre de 2018, os primeiros testes serão feitos através de um produto mínimo viável. No terceiro trimestre, a auditoria de segurança começará e eles esperam que até o final do ano a primeira versão estável da rede descentralizada seja lançada junto com as carteiras para os usuários.
Os outros serviços serão lançados em 2019.
44% à venda
Telegram planeja manter um controle relativamente forte da criptografia, uma vez que for lançado ao público.
- 4% dos Grams irão para a equipe de desenvolvimento com um período de quatro anos de prêmio.
- 52% serão mantidos pela empresa, para evitar especulações e manter a flexibilidade.
- Os 44% restantes serão vendidos publicamente e em particular.
A TON não foi oficialmente anunciada e Pavel Durov, fundador e porta-voz da Telegram, não fez até o momento uma declaração sobre isso.
A experiência dos irmãos Pavel e Nikolai Durov com os governos não foi totalmente agradável. Eles foram os fundadores do VK, o Facebook russo, do qual eles foram forçados a sair, vendendo suas ações para uma empresa ligada ao governo de Putin, que queria ter o controle da rede social para espionar os dados e controlar as mensagens que são publicadas. Depois disso, os Durov criaram o Telegram, um serviço que supostamente garante a privacidade de seus usuários.
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