O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), por 180 dias a contar já desta sexta-feira (28) por conta de suspeitas de fraude na compra de insumos e equipamentos na área da saúde durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Além do afastamento, Witzel também foi denunciado pelo crime de corrupção pela Procuradoria-Geral da República. O governador era alvo de um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa do estado (Alerj) pela mesma situação.
Quem assume o cargo de maneira interina é o vice-governador, Cláudio Castro, também do PSC. No entanto, ele é alvo de uma busca e apreensão da operação.
A Polícia Federal ainda cumpre, ao todo, 17 mandados de prisão e 72 de busca e apreensão, incluindo na sede do governo fluminense. Segundo as primeiras informações, a esposa de Witzel, Helena, também é alvo de um mandado de busca e apreensão e foi denunciada à PGR por corrupção.
Já o Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, e o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão foram presos.
Em nota oficial, a defesa do governador informou que a decisão do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, “desrespeita a democracia” e que Witzel “sequer” foi ouvido para a tomada da decisão. Além disso, ressaltou a “grande surpresa” sobre o afastamento.
Já a defesa do presidente do PSC informou que o Pasto Everaldo “sempre esteve à disposição das autoridades” e que “reitera sua confiança na Justiça”. Atualmente, o político não estava ocupando um cargo formal no governo do Rio, mas é apontando como um dos principais articuladores do governo na Alerj.
Essa é a segunda operação contra o ex-juiz e sua esposa. Em maio, eles haviam sido investigados por conta de pagamentos ao escritório de Helena Witzel, que prestava serviços ao governo de seu marido, na Operação Placebo.
A ação desta sexta-feira, chamada de “Tris in Idem” é um desdobramento da Placebo, segundo a Polícia Federal.
(Agência ANSA)
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