Em um prazo de quatro anos, os ônibus da capital paulista vão circular sem a presença do cobrador. Foi o que disse nesta segunda-feira (10) o prefeito de São Paulo, João Doria. De acordo com ele, a prefeitura negociou com as empresas concessionárias para que o processo seja gradual e que os atuais trabalhadores sejam realocados em funções administrativas ou de motorista.
“Ninguém será demitido, a minha palavra vale”, garantiu o prefeito. Segundo ele, as empresas serão punidas de descumprirem essa cláusula e demitirem funcionários.
Doria falou sobre o assunto em entrevista para fazer um balanço sobre os 100 primeiros dias à frente da prefeitura. Ele ressaltou que, atualmente, entre os usuários do transporte público, apenas 6% pagam em dinheiro e 94% com o Bilhete Único, sistema que concede descontos por fidelidade ou na integração com outros modais. A ideia é que, em quatro anos, todos os pagamentos sejam feitos com Bilhete Único. Para Doria, manter os cobradores nos ônibus “não é moderno”, nem “eficiente.”
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano discorda da posição do prefeito. Para a entidade, o cobrador de tarifa tem função de agente social, no auxílio aos motoristas dentro dos coletivos. A categoria também teme demissão em massa de 19 mil funcionários no município.
Na semana passada, através de uma rede social, o prefeito disse que os cobradores serão qualificados para sua “recolocação, inclusive, em alguns casos, em cargos com salários superiores”.
“Pessoal, estamos testando uma tecnologia que permite que os ônibus operem sem a presença dos cobradores. A cada 100 pessoas que usam o transporte público, apenas 6 pagam com dinheiro, o restante utiliza o Bilhete Único. Desta forma, os cobradores passam parte do seu dia ociosos, desperdiçando seu potencial de trabalho e desenvolvimento profissional. Com a mudança efetiva, não faremos demissões. Vamos qualificar os cobradores para sua recolocação, inclusive, em alguns casos, em cargos com salários superiores. Hoje temos uma estrutura totalmente deficitária, com arrecadação de 300 milhões e um custo de quase 900 milhões para o sistema. Avanços que vêm para melhorar a vida dos trabalhadores.”, escreveu Doria.
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