A dor de cabeça que o trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira vinha sentindo, parece que vai piorar. Depois da dura petição movida por advogados do BTG Pactual na semana passada, agora chegou a vez do Santander, o segundo maior credor do grupo Americanas.
O banco espanhol ingressou na Justiça de São Paulo com uma medida cautelar solicitando a produção antecipada de provas com vistas a uma ação indenizatória contra a companhia e seus acionistas.
A ação pleiteia o acesso a uma série de documentos internos e pede a convocação imediata do depoimento de figuras-chave do processo que levou à decretação da Recuperação Judicial da Americanas. Entre eles, Beto Sicupira, um dos acionistas de referência da empresa e ex-presidente do conselho de administração. Mas também dois filhos de Jorge Paulo Lemann, Jorge Felipe e Paulo, por terem exercido funções de conselheiros, e os dois principais executivos da varejista nas últimas décadas, Miguel Gutierrez e Ana Saicali.
Um dos depoimentos para o qual se pede urgência na convocação é o de Sérgio Rial, ex-CEO de Americanas que permaneceu por apenas nove dias no cargo e foi quem denunciou o rombo contábil. Rial era também, até sexta-feira (20/01) passada, presidente do conselho de administração do próprio Santander.
Ao citar a “inconsistência contábil” de R$ 20 bilhões revelada há duas semanas, os advogados do Santander na ação, Gustavo Tepedino e Rodrigo Fux, consideram que “não é razoável supor que os administradores que participavam do dia a dia da companhia – em especial os membros efetivos de seus conselhos de administração e fiscal e comitê de auditoria, bem como seu diretor-presidente e diretor financeiro – não dariam falta de uma quantia desta magnitude“.
O Santander pede não apenas os depoimentos desses executivos. Quer ter acesso também a “todas as correspondências, incluindo e-mails, cartas e/ou mensagens de WhatsApp, Telegram ou qualquer rede social, que os seus executivos e demais empregados da companhia tenham recebido ou trocado com os acionistas controladores nos últimos dez anos, a respeito das chamadas operações de risco sacado e quaisquer outras relacionadas às “inconsistências contábeis”“.
Com informações de Lauro Jardim, do Globo*
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