A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados apresentou relatório que denuncia violações de direitos humanos cometidas pela mineradora Samarco, após o rompimento de barragem da empresa em Mariana (MG), em novembro de 2015.
O relatório foi assinado pelo deputado Padre João (PT-MG). Na época, ele era o presidente da comissão e esteve à frente da investigação desde o início. “A violação dos direitos humanos é desde o acesso à água potável às atividades econômicas dos agricultores familiares, até a própria reativação econômica das comunidades; pessoas com problemas de moradia; o próprio direito de usufruir no dia a dia das construções, dos fatos sociais”, disse o deputado.
Em relação à saúde dos moradores da região, Padre João ressaltou que muitos desenvolveram doenças de pele por causa da água contaminada ou por causa da lama e não possuem dinheiro para tratamento. No âmbito social, o parlamentar lembrou que a tragédia fez com que as pessoas perdessem o contato umas com as outras, pois cada um procurou abrigo em locais diferentes e, por isso, ficaram dispersas.
Omissão
Ainda de acordo com o deputado, o poder público é omisso ao desastre. “É um pouco assustador, pois a gente estava com mais segurança com o Ministério Público. Hoje, as famílias estão em uma situação de vulnerabilidade maior, pois o Judiciário, que tinha que garantir a justiça, tem tomado decisões favoráveis às empresas”, declarou.
O relatório aponta, também, que as mulheres foram as mais afetadas, principalmente em suas atividades econômicas. A maioria das pessoas que não têm complementação de renda é do sexo feminino.
Segundo a equipe técnica da Câmara que acompanhou a investigação, a indenização paga pela Samarco é insuficiente para que as famílias reorganizem suas vidas pessoal e profissional. Dessa forma, o desemprego tomou conta da região.
Além de atingir Mariana em novembro de 2015, a lama tóxica da Samarco destruiu os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu e afetou a bacia do rio Doce. Dezenove pessoas morreram e mais de 30 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo sofreram impactos ambientais.
Agência Câmara Notícia
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