Com a inflação cada dia mais em alta, um levantamento realizado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) mostra que o Real perdeu quase 50% do seu valor e poder de compra em dez anos. Ou seja, se em 2002 o cidadão possuísse R$ 200, hoje ele teria em média a metade desse valor.
É possível perceber o aumento da inflação todos os dias, principalmente nas comprinhas do mercado. Pouco faz diferença se o consumidor realiza uma compra para o mês inteiro ou para poucos dias — o dinheiro não rende.
A maior reclamação do consumidor na hora das compras é que, a cada ida ao mercado, se gasta mais para adquirir menos produtos. Esse é um dos efeitos perversos da inflação, que corrói o poder de compra do trabalhador e faz a moeda brasileira perder valor.
Segundo o Insper, o real sofreu uma desvalorização de 47% na última década. Em paralelo, a inflação vive um processo de aceleração. De janeiro de 2012 a maio de 2022 a inflação acumulada chegou a 88,41%. Isso significa que — levando-se em conta a alta de preços — se há dez anos uma pessoa possuía R$ 100, hoje ela teria apenas R$ 53,07 em valor real.
Para Juliana Inasz, especialista e professora de Economia do Insper, é possível adotar medidas para “conter o avanço dos preços”.
“É possível adotar medidas para conter o avanço dos preços, mas isso não significa que a gente volta a ter os níveis de preço de dez anos atrás. Isso, de fato, é uma realidade que não faz mais parte do desenho da economia brasileira. A gente consegue diminuir a velocidade da subida, mas sem dúvida a queda não é um elemento que seja factível dentro da nossa estrutura“, afirmou.
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