Os preços do aluguel no Brasil têm crescido consideravelmente nos últimos 12 meses, preocupando muitos locatários que precisam renovar seus contratos de locação. De acordo com o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial, que mede o comportamento dos preços do aluguel de imóveis residenciais em 25 cidades brasileiras, apresentou uma nova aceleração em março de 2023, com uma alta de 1,75%.
Esse resultado é maior do que o registrado nos meses anteriores e supera a inflação ao consumidor medida pelo IPCA/IBGE e o resultado do IGP-M/FGV. Todas as cidades monitoradas pelo índice contribuíram para a valorização mensal, incluindo as 11 capitais.
A situação é ainda mais grave em algumas capitais, como Florianópolis (SC), onde o aumento nos preços foi de 36,75%, e Goiânia (GO), com 31,53%.
No balanço parcial de 2023, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial acumulou uma alta de 4,63%, superando a inflação medida pelo IPCA/IBGE e a variação acumulada pelo IGP-M/FGV. Todas as 25 cidades monitoradas acompanharam o movimento positivo do índice, destacando-se as 11 capitais incluídas.
Considerando os resultados mensais dos últimos 12 meses encerrados em março de 2023, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial acumula uma alta nominal de 17,18%, resultado que supera os principais índices de preço da economia brasileira.
Bons inquilinos têm chances de ganhar descontos
Apesar desses números, especialistas do setor afirmam que locatários que são bons inquilinos têm maiores chances de fechar acordos com proprietários de imóveis para valores abaixo do percentual de alta do mercado. “Muitos locadores preferem diminuir esse valor porque estão satisfeitos com aquilo que recebem e prezam muito mais por um bom inquilino”, analisa.
De acordo com Diego Amaral, advogado especializado em Direito Imobiliário, os proprietários devem aplicar o percentual de escalada nos preços do aluguel somente em novas locações, não em contratos já existentes e em fase de renovação. “O aumento só acontecerá nesse caso a não ser que o contrato prevê isso tendo em vista o pactuado entre as partes”, esclarece.
Amaral afirma que muitos proprietários seguraram o reajuste durante a pandemia da Covid-19, mas agora buscam recuperar o valor com aumento nos preços. “Os locadores estão buscando esse reajuste no momento atual, não apenas de um, mas de dois e três. Também tem a valorização do mercado imobiliário no Brasil inteiro com o grande número de lançamentos de novos empreendimentos. Isso puxa as outras áreas do mercado imobiliário, como a própria locação” destaca.
Dicas para fechar um bom acordo
Para fechar um bom acordo de renovação, Amaral sugere que as partes tenham bom senso na negociação. “Como muitos proprietários prezam mais por um bom inquilino, muitos deles abrem mão necessariamente de alguns percentuais ou de um valor maior para manter o recebimento do aluguel. Isso precisa ser bem conversado entre ambos”, detalha Amaral.
O advogado ainda sugere que o proprietário demonstre as qualidades do inquilino. Na sua avaliação, isso facilita bastante no fechamento da renovação do contrato junto ao morador que sempre está em dia com seus pagamentos.
“É bom a pessoa deixar isso claro, principalmente junto a quem cuida do imóvel como se fosse dele próprio. Esses fatores pautam sempre uma boa conversa.”, justifica.
Além disso, é aconselhável procurar um bom diálogo com a imobiliária ou o proprietário do imóvel. É importante que o locatário demonstre sua situação financeira e que está dentro de seu orçamento para cumprir suas obrigações em dia.
“Fica interessante demonstrar toda a capacidade com declaração financeira e que está dentro do seu orçamento para cumprir as suas obrigações em dia e, dessa forma, continuar a se mostrar como um bom inquilino”, conclui Amaral.
Com a disparada nos preços dos aluguéis no país, a negociação para renovação de contratos de locação pode ser um desafio para muitos locatários. A boa comunicação e a demonstração de comprometimento podem ser as chaves para fechar um bom acordo com o proprietário do imóvel.
