A pobreza na Argentina atingiu 44,2% da população no fim do terceiro trimestre de 2020, uma alta de 3,4% quando comparado ao mesmo período de 2019, informou o Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA). Quando considerado o número por famílias, o índice atinge 34,9% delas, uma elevação de 2,2%.
“Pelo efeito da crise da Covid-19, a capacidade monetária das famílias argentinas experimentaram uma piora brusca e elevada, com efeito regressivo sobre a pobreza e a indigência”, diz o relatório.
O documento ainda ressalta que “o novo cenário paralisou ainda mais os investimentos, o consumo e a disponibilidade de postos de trabalho na economia formal, freando qualquer iniciativa de reativação e danificando, especialmente, as pequenas e médias empresas e aprofundando a relação entre informalidade econômica, pobreza e exclusão social”.
Detalhando os números, a pesquisa mostrou que 7,3% das famílias e 10,1% dos argentinos estavam na faixa da “indigência”, nos maiores números da década. A UCA informou ainda que o desemprego entre julho e outubro ficou em 14,2%, o que equivale a 2,7 milhões de pessoas.
O diretor do Observatório, Agustín Salvia, afirmou ao apresentar o estudo que “sem o auxílio universal para filhos, sem a renda familiar de emergência, além das ajudas alimentares e outros subsídios” dados pelo governo argentino durante a crise sanitária do coronavírus Sars-CoV-2, “a indigência teria sido o dobro e a pobreza teria atingido 53%” da população.
“É necessário um crescimento econômico e um pacto econômico-social para criar empregos porque, de outra maneira, não haverá nenhuma possibilidade de sair da pobreza”, ressalta ainda Salvia.
Com informações da ANSA*
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