O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (27) que o piso salarial dos professores da educação básica será reajustado em 33,24%. A decisão contraria orientações do Ministério da Economia e da Casa Civil. Ao mesmo tempo em que contraria o seu próprio Ministério, Bolsonaro criticou o Congresso e disse que os parlamentares ‘inflaram’ o Orçamento.
Atualmente, o piso dos professores é de R$ 2.886,24. Com o reajuste, irá para R$ 3.845,62.
O anúncio foi feito por Bolsonaro em uma publicação na sua conta oficial do Twitter, acompanhada de uma foto dele ao lado do ministro da Educação, Milton Ribeiro.
“É com satisfação que anunciamos para os professores, da educação básica, um reajuste de 33,24% no piso salarial. Esse é o maior aumento já concedido, pelo Governo Federal, desde o surgimento da Lei do Piso“, escreveu Bolsonaro.
Até a tarde desta quarta-feira (26), estava acertado entre os ministros a concessão de um reajuste de 7,5%. Temendo a repercussão política em ano eleitoral, Bolsonaro se opôs a essa recomendação e decidiu manter a regra de reajuste do piso do magistério em vigor desde 2008. Com isso, estabeleceu um reajuste de 33,24%.
Não se trata de benevolência com a categoria. O que Bolsonaro enxergou foi uma oportunidade de acenar — ou ao menos não desagradar — uma categoria formada por cerca de 1,7 milhão de profissionais em pleno ano eleitoral, com um reajuste que não depende dos cofres da União.
O governo federal faz, desde 2008, quando a lei do piso nacional do magistério da educação básica foi criada, um anúncio formal do percentual de reajuste todo ano. A conta é dos estados e municípios, responsáveis pela folha de pagamento de professores da educação básica. Ao Ministério da Educação cabe apenas editar uma portaria fixando o valor.
O impacto para o governo federal é praticamente nulo.
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