(ANSA) – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e embaraço às investigações da Lava Jato nesta quinta-feira (14). Além do mandatário, foram acusados por organização criminosa o ex-deputado Eduardo Cunha, os ex-ministros Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o ex-deputado Rocha Loures – conhecido como o “homem da mala” – e os atuais ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Segundo a PGR, Temer atuou “como líder da organização criminosa desde maio de 2016” e o grupo teria recebido propinas de R$ 587 milhões. “A denúncia explica que o núcleo político da organização era composto também por integrantes do PP e do PT, que compunham subnúcleos políticos específicos, além de outros integrantes do chamado ‘PMDB do Senado”, informou ainda em nota a entidade.
Em outro trecho, o órgão afirma que o impeachement da ex-presidente Dilma Roussef causou uma mudança no esquema. “Para Janot, em maio de 2016, com a reformulação do núcleo político da organização criminosa, os integrantes do ‘PMDB da Câmara’, especialmente Michel Temer, passaram a ocupar papel de destaque que antes havia sido dos integrantes do PT em razão da concentração de poderes na Presidência da República”, acrescentou.
Já sobre a acusação de obstrução às investigações, foram incluídos também os dois delatores da J&F, Joesley Batista e Ricardo Saud. “Também há imputação do crime de obstrução de justiça por causa dos pagamentos indevidos para evitar que Lúcio Funaro firmasse acordo de colaboração premiada. Neste sentido, Michel Temer é acusado de instigar Joesley Batista a pagar, por meio de Ricardo Saud, vantagens a Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro. Os três são denunciados por embaraçar as investigações de infrações praticadas pela organização criminosa”, diz o texto da PGR.
Processo
Assim como ocorreu na primeira denúncia, para que o Supremo abra uma investigação, é preciso que a denúncia passe pela tramitação da Câmara dos Deputados. Se a acusação for aprovada, em uma votação que conte com dois terços dos deputados, o processo segue para o STF. Na primeira acusação, rejeitada pela Câmara, o mandatário foi acusado de corrupção passiva.
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