O procurador geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A acusação tem como base informações repassadas pelo Ministério Público da Suíça, que identificou uma conta secreta do ex-ministro em instituição financeira do país europeu. Os dados foram encaminhados pelas autoridades suíças à PGR.
Segundo fontes próximas à força-tarefa da Lava jato, Henrique Alves manteve uma conta com depósitos que variavam entre US$ 700 mil e US$ 1 milhão. O dinheiro está bloqueado, mas o nome do banco ainda não foi revelado pelas autoridades.
A conta de Henrique é uma das mil contas hoje bloqueadas pelos suíços em seus bancos locais a pedido dos investigadores da Lava Jato.
Em consequência da descoberta da conta na Suíça e dos avanços das investigações da Lava Jato, Alves pediu demissão do cargo. Ele é um dos peemedebistas mais próximos ao presidente interino Michel Temer. A informação sobre a denúncia foi revelada neste sábado (18) pelo site da coluna “Radar”.
Alves foi o terceiro ministro de Temer a deixar o cargo, após pouco mais de um mês do governo interino, diante das denúncias relacionadas à Operação Lava Jato. Romero Jucá, que foi ministro do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência, Fiscalização e Controle, saíram dos cargos após divulgação de trechos da delação de Machado.
Delação premiada
O ex-ministro foi implicado nas delações de Sérgio Machado, ex-diretor da Transpetro. Segundo Machado, Alves teria recebido R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos. O peemedebista também foi implicado na delação de Fábio Cleto, ex-vicepresidente da Caixa.
A PGR já afirmou ao STF que Henrique Alves teria recebido recursos desviados pelo esquema de corrupção da Petrobras em troca de favorecimentos à empreiteira OAS. Caso a denúncia seja aceita, o ex-ministro será transformado em réu.
Henrique nega acusações
Por meio de nota, Henrique Alves disse refutar “qualquer ilação a respeito de contas no exterior” em seu nome e afirmou que nunca foi citado a prestar esclarecimentos. Ele também declarou estar “à disposição da Justiça”.
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