Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostra que mais da metade dos entrevistados avaliam que essa etapa do ensino não é atraente para os jovens. São maioria os que acreditam que a grade curricular deve mudar. A formação técnica profissionalizante é apontada na pesquisa como uma das prioridades para o ensino médio.
Dentre os entrevistados, 61,4% avaliam que o ensino médio não é atraente e não está adequada à realidade dos jovens de hoje. Outros 33% acreditam que o modelo atual está adequado.
Para 58% é necessário mudar a grade curricular do ensino médio, enquanto 33% avaliam que não. Chamados a opinar sobre o que a formação dos jovens deve priorizar, os entrevistados puderam escolher entre quatro opções. A formação técnica/profissionalizante ficou com o maior percentual (32%), seguida da formação em ciência e nas diversas áreas do conhecimento (23,2%), da formação para a cidadania (10,5%) e dos que escolheram todas as opções acima (29,9%).
De acordo com a pesquisa, 56,6% dos entrevistados disseram que não estão acompanhando ou não ouviram falar das propostas do governo federal para mudar o ensino médio. Os que estão acompanhando ou já ouviram falar são 43,4%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 unidades federativas da cinco regiões do país entre os dias 13 e 16 de outubro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Mudanças
De acordo com o novo modelo, assinado pelo presidente Michel Temer no mês passado, apenas português e matemática serão os componentes curriculares obrigatórios nos três anos do ensino médio. Atualmente, a etapa tem 13 disciplinas obrigatórias para os três anos. A Medida Provisória prevê a flexibilização do ensino médio com o objetivo de torná-lo mais atraente para o jovem, segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho.
Os componentes curriculares que deverão ser ensinados no período obrigatoriamente serão definidos na Base Nacional Comum Curricular, que será discutida e deverá ser definida até meados do ano que vem, segundo o Ministério da Educação.
De acordo com a medida provisória, cerca de 1,2 mil horas, metade do tempo total do ensino médio, serão destinadas ao conteúdo obrigatório definido pela Base Nacional. No restante da formação, os alunos poderão escolher seguir cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas – modelo usado também na divisão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – e formação técnica e profissional.
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