O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que uma lição importante da pandemia foi a ampliação da renda das famílias que passaram a receber o auxílio emergencial. Algo, que não visão dele, se configurou em uma ação de “transferência de riqueza” e não apenas de renda.
Paulo Guedes disse que o governo descobriu famílias que recebiam benefícios de R$ 180 do Bolsa Família e que viram a renda saltar para R$ 600 ou até R$ 1.800 com o auxílio emergencial.
“Você sai de R$ 60 para R$ 600. Uma família sai de R$ 180 para R$ 1.800. Isso não é mais uma transferência de renda, isso é uma transferência de riqueza“, afirmou durante evento de instalação da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
E acrescentou mais:
“A família se sentiu rica. Comprava material de construção, ampliaram a sua casa, uns compraram a casa própria, compraram geladeira. Foram ao supermercado e melhoraram a pauta alimentar. Um resultado espetacular, foi muito bom ver isso.”
O ticket médio do Bolsa Família estava no patamar de R$ 190 por família no período anterior à pandemia. O programa permite customizar o valor da bolsa: existe um benefício básico, de R$ 89 por família, e outros variáveis, de R$ 41 a R$ 48, voltados para crianças, adolescentes, gestantes e lactantes. Caso a família ainda não ultrapasse a linha de pobreza, que está fixada em R$ 89, é calculado uma ajuda extra, no valor necessário para que a renda per capita seja superior a esse valor.
Já o auxílio emergencial, destinado à população vulnerável e trabalhadores informais durante a pandemia, teve diferentes fases. Nos primeiros cinco meses, o benefício foi de R$ 600, mulheres chefes de família poderiam acumular dois auxílios e não havia limitação de pagamento por famílias. Por isso, algumas famílias chegaram a receber, de fato, R$ 1.800 em um mês.
A segunda etapa do programa reduziu o valor do auxílio para R$ 300 e limitou o pagamento a um integrante da família. Já em 2021, houve nova redução, e o valor médio do benefício é de R$ 250 – mulheres chefes de família recebem R$ 375 e pessoas que vivem sozinhas, R$ 175.
Declarações infelizes de Paulo Guedes
Guedes coleciona algumas declarações infelizes envolvendo a temática de políticas sociais. Neste ano, ele fez uma comparação entre o tamanho de um prato de comida de um brasileiro de classe média ao de um europeu para ilustrar o tamanho do problema do desperdício de alimentos no país.
Ele sugeriu a distribuição das sobras limpas de alimentos de restaurantes aos mais pobres e vulneráveis.
O ministro também criticou o FIES, afirmando que o governo distribuiu bolsas demais para o ensino superior, e que a ação enriqueceu poucos empresários, mas beneficiou até quem não tinha capacidade de estar na faculdade. Na ocasião, ele contou um relato de que o filho do seu porteiro recebeu a bolsa mesmo após zerar o vestibular.
Em 2020, antes da pandemia, o ministro também comentou sobre a elevação cambial, afirmando que o dólar mais alto era bom para todo mundo e disse que quando a moeda americana estava mais baixa, “todo mundo” estava indo para a Disney, nos Estados Unidos, incluindo “empregada doméstica”.
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