A Polícia Federal afirmou nesta quinta-feira (4), em relatório da Operação Venire, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha “plena ciência” da fraude em sua carteira de vacinação. A investigação sugere que Bolsonaro e aliados próximos podem ter se beneficiado do esquema para burlar restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, há evidências que apontam para o conhecimento de Bolsonaro sobre a inserção fraudulenta de dados em sua carteira de vacinação. A fraude teria sido realizada com o objetivo de gerar vantagem indevida para o ex-presidente em situações que exigissem comprovação de imunização contra o coronavírus.
A investigação revela que, além de Bolsonaro, sua filha Laura e outras pessoas próximas, como o tenente-coronel Mauro Cid e assessores Max Guilherme e Sergio Cordeiro, teriam sido beneficiadas pelo esquema. A fraude teria ocorrido no município fluminense de Duque de Caxias, governado por um aliado do ex-presidente.
Bolsonaro, que sempre rejeitou os imunizantes e afirmou publicamente que não havia tomado a vacina, nega as acusações. Ele afirmou estar surpreso com a busca e apreensão realizada em sua casa e negou ter alterado seu cadastro de vacinação.
A subprocuradora-geral Lindôra Araújo, alinhada aos interesses de Bolsonaro durante seu governo, refutou a linha investigativa da Polícia Federal. Ela defende que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid teria arquitetado e liderado a ação criminosa sem o conhecimento e consentimento do ex-presidente.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, considera “plausível, lógica e robusta” a hipótese de envolvimento de Bolsonaro na fraude. Moraes autorizou a ação da Polícia Federal e afirmou que as provas colhidas apontam para um comportamento coordenado no esquema.
Em resposta às alegações, Bolsonaro decidiu não prestar depoimento à Polícia Federal. Ele se reuniu com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que afirmou em comunicado que o ex-presidente é uma pessoa correta, íntegra e sempre procurou seguir a lei.
Enquanto as investigações continuam, líderes políticos pedem cautela e destacam a necessidade de manter as questões econômicas e políticas separadas das alegações contra Bolsonaro. A operação Venire ganhou destaque na mídia brasileira e internacional, e o desenrolar do caso será acompanhado de perto pela população e autoridades.
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