Uma dúvida comum entre os brasileiros, que se faz ainda mais crítica no período de instabilidade econômica atual, está em evidência: Qual é a forma menos arriscada de fazer compras, pagando à vista ou parcelado?
Segundo recente pesquisa do SPC Brasil e da CNDL, 58% dos brasileiros têm dificuldades para controlar seus ganhos e gastos mensais, sendo a maior delas reunir todas as informações e recordar de todos os pagamentos.
O descontrole é justamente um problema que pode decorrer dos parcelamentos. Apesar de ser sedutor poder desfrutar de um produto ou serviço e pagar apenas no futuro, há o risco de perder o domínio sobre as despesas e se tornar inadimplente, ou seja, não conseguir pagar todas elas.
Muitos se atraem também pela possibilidade de parcelar a compra e pagar “sem juros”, porém isso não existe, os juros costumam estar embutidos no valor total. Tanto que quando se faz o pagamento à vista é possível conseguir descontos.
Por outro lado, o pagamento à vista exige controle sobre as finanças e que a pessoa – ou família – tenha uma reserva financeira para imprevistos. Afinal, de nada adianta fazer os pagamentos à vista, mesmo obtendo descontos, e precisar recorrer a empréstimos com juros altos para honrar uma despesa não planejada.
Imprevistos, tanto positivos quanto negativos, costumam acontecer no decorrer do ano, como a decisão de fazer uma viagem rápida não planejada, o desejo de comprar um presente para os noivos ao ser convidado para um casamento ou mesmo a dificuldade frente a perda do emprego ou a uma doença na família.
O ideal é separar parte do seu salário, assim que receber, para investir nos sonhos da família e também em uma reserva financeira, investindo para a última em uma aplicação de curto prazo. Não é preciso deixar de consumir, e sim passar a fazer escolhas mais conscientes, menos impulsivas, que possam levar ao descontrole financeiro.
Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira destacou perguntas que o consumidor deve se fazer antes de qualquer compra:
- Eu realmente preciso desse produto?;
- O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?;
- Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá?;
- Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima?;
- Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora?
Se mesmo diante deste questionamento, a pessoa concluir que realmente precisa comprar o produto, seria prudente fazer mais algumas perguntas como:
- De quanto eu disponho efetivamente para gastar?;
- Tenho o dinheiro para comprar à vista?;
- Precisarei comprar a prazo e pagar juros?;
- Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses?;
- Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade?
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