Manter pacotes de tarifas bancárias está pesando até 50,87% mais para os consumidores, conforme constatou pesquisa feita pela PROTESTE Associação de Consumidores. É o caso do Banco do Brasil, onde a cesta Bom Pra Todos Pleno, passou de R$ 40,40 para R$ 60,95. Essa modalidade está suspensa para novas adesões, mas é cobrado o novo valor para quem mantém o pacote.
Neste mês de junho, os clientes do Santander passaram a pagar 10% a mais no pacote Padronizado IV e no Citibank 11,66% a mais no pacote Classic, os que mais tiveram variação em relação ao reajuste anterior.
Três bancos reajustaram os valores em maio. Na Caixa Econômica Federal, o pacote que mais subiu foi o Simples, com alta de 25,56%. No Itaú, o reajuste foi de 12,34%, no Multiconta. No Bradesco houve alta de 5,88%, no Padronizado II.
No levantamento feito pela PROTESTE, foram comparados os valores cobrados nos pacotes ofertados pelos oito maiores bancos do país: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander, nos últimos anos (2014, 2015 e 2016). Foram verificadas as tarifas das cestas disponíveis e informadas nas tabelas de tarifas das instituições bancárias.
Tarifas de até R$ 1.188 por ano
Há pacotes de serviços com valores de até R$ 99 mensais, como o do Santander no Plano Select Unique, que em um ano somam R$ 1.188. É importante ficar atento, pois os bancos tem obrigação de divulgar o valor de todas as tarifas e taxas cobradas, além de deixar claro quais serviços estão inclusos nos pacotes oferecidos.
A PROTESTE lembra que não há obrigação de contratar um pacote de serviços ao abrir uma conta. Alguns serviços devem ser obrigatoriamente disponibilizados para o consumidor que possui conta corrente, sem que haja qualquer cobrança de tarifas.
Os serviços essenciais garantidos pelo Banco Central são limitados a cartão de débito, 10 folhas de cheques por mês, segunda via do cartão de débito, até quatro saques por mês, consultas pela internet, duas transferências por mês entre contas na própria instituição e compensação de cheque.
O problema é que nem sempre é fácil convencer o gerente a aceitar a não contratação de um pacote de serviços. “Mas o consumidor precisa fazer valer o seu direito, se a solicitação não for atendia pelo banco, o ideal é reclamar à ouvidoria do banco e denunciar ao Banco Central e à PROTESTE”, aconselha Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação.
Conta eletrônica também é opção
Outra maneira de ficar livre das tarifas é contratar uma conta eletrônica, cujo uso é restrito à internet e ao caixa eletrônico. Ela é ideal para quem está acostumado a utilizar essas ferramentas e, no caso de contato via telefone ou agência, há cobrança de taxa. Dentre os bancos avaliados, apenas o Banco do Brasil, Bradesco e Itaú têm essa modalidade conta.
Opte pela conta que atende o seu perfil
Para saber qual a melhor opção de conta corrente, é preciso mais do que escolher o pacote com o menor preço, é preciso olhar cuidadosamente para o estilo de vida e para as necessidades para não acabar saindo no prejuízo. Pagando pelos pacotes mais caros, é possível fazer uma grande quantidade de transações e em alguns casos a quantidade de transações é ilimitada. Se o consumidor não faz muitas transações bancárias ao longo do mês, este tipo de pacote não é um bom negócio. Por outro lado, se a movimentação bancária é grande, faz muitos saques e transferências ou precisa de muitas folhas de cheques, não adianta escolher um pacote mais barato se depois terá que pagar mais caro pelas transações excedentes.
Em alguns casos nem sequer vale a pena aderir a um pacote de serviços, se o consumidor não faz transações bancárias com tanta regularidade. E se necessitar de algum serviço que não está dentro da lista dos serviços gratuitos, é só pagar pelo excedente de cada transação.
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