(ANSA) – Três pacientes paraplégicos voltaram a andar, nadar e andar de bicicleta graças a um tratamento que prevê a implantação de eletrodos na medula espinhal, um avanço científico que poderia se generalizar em alguns anos.
O resultado foi publicado nesta segunda-feira (7) na revista Nature Medicine e deve-se ao grupo coordenado pela Universidade Politécnica de Lausanne, que conta com o estudioso italiano Silvestro Micera.
Os três homens paraplégicos, incluindo um italiano, não apenas eram incapazes de movimentar as pernas, mas também haviam perdido toda a sensibilidade nas mesmas, após sofrerem acidentes que afetaram sua medula espinhal.
O tratamento, liderado pela cirurgiã suíça Jocelyne Bloch e pelo neurocientista francês Grégoire Courtine, consiste na implantação de 15 eletrodos na medula espinhal, que enviam estímulos elétricos gerados externamente por um computador controlado pelo paciente para os músculos das pernas e do tronco, por meio de um tablet.
Em apenas um dia de treinamento, os três voluntários voltaram a andar e conseguiram controlar movimentos complexos, como nadar e pedalar, mesmo fora do laboratório.
“Os primeiros passos foram algo incrível, um sonho tornado realidade”, disse o italiano Michel Roccati, um dos três pacientes nos quais o estudo foi realizado.
Há quatro anos, um acidente de moto resultou em uma lesão na coluna, deixando-o paralisado. “Agora sou capaz de subir e descer as escadas e ter como objetivo, na primavera, poder caminhar um quilômetro”, acrescentou Roccati.
O resultado vem depois de muitos anos de pesquisas realizadas pelo grupo nesta área de onde nasceu a startup holandesa Onward Medical, cujo principal objetivo será testar esta nova tecnologia em milhares de pacientes, para poder comercializá-la dentro de alguns anos.
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