O Ministério Público Federal no Paraná, afirmou em requerimento ao juiz federal Sérgio Moro, que os recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de pagamentos de aluguel, foram falsificados “sem margem à dúvida”. O MPF ainda afirmou que para “dar falso amparo à locação simulada do apartamento”, os documentos foram feitos logo depois que as investigações tiveram inicio.
Uma parte do documento da petição diz o seguinte: “Os supostos 26 recibos referentes à locação do apartamento 121 apresentados pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva têm origem desconhecida, não trazem nenhuma comprovação a respeito da data em que foram produzidos e encontram-se em manifesta contrariedade com todo o acervo probatório, e, destacadamente, com o quanto declarou em interrogatório judicial o próprio Glaucos da Costa Marques, apontado como autor daquelas declarações unilaterais de quitação”.
O MPF ainda pediu por escrito no documento apresentado a Moro, que o empresário Glauco da Costa Marques, que se apresenta como o dono do imóvel, e ainda o técnico em contabilidade João Muniz Leite, responsável pelos recibos, prestem depoimento, e também que os documentos apresentados passem por perícia.
No total, foram 26 recibos apresentados à Justiça Federal. Desse todo, dois foram identificados com datas inexistentes: um do dia 31 de junho de 2014 e 31 de novembro de 2015.
Esses recibos são referente ao aluguel de uma cobertura vizinha à de Lula, em São Bernardo do Campo. Para a força-tarefa da Lava-Jato o imóvel não pertence a Costa Marques. Ainda segundo a força-tarefa, ele apenas foi usado como “laranja” e o apartamento foi comprado pela empreiteira Odebrecht, como pagamento de propina, para beneficio do ex-presidente.
Argumentando sobre a veracidade dos recibos apresentados, o advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins, por meio de vídeo publicado em rede social, informou que os documentos comprovam que o aluguel do imóvel foi uma relação contratual entre a família de Lula e Glaucos da Costa Marques. E assim como eles foram encontrados, foram entregues à Justiça.
“Diante do pedido expresso do juiz [Sérgio Moro] em relação a esses recibos, foram realizadas diligências por familiares e colaboradores do ex-presidente Lula nos pertences de dona Marisa, que sempre foi a locadora do imóvel. Os recibos foram encontrados e, da mesma forma que chegaram até nós [advogados], foram apresentados no processo. Acreditamos que esses recibos expressam a verdade dos fatos, pois dona Marisa sempre foi uma mulher íntegra e honesta”, disse o advogado.
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