(ANSA) – A Organização das Nações Unidas (ONU) suspendeu o envio de ajuda humanitária a Síria após um comboio ter sido atingido por um bombardeio aéreo no começo desta semana, deixando ao menos 20 mortos na região de Aleppo.
O porta-voz do organismo Jens Laerke explicou que o envio foi suspenso “como medida imediata de segurança” até que uma nova avaliação da situação seja realizada. “Continuamos, no entanto, empenhados em fornecer ajuda a todos os sírios que precisarem”, concluiu, em comunicado.
O enviado especial da ONU para a Síria, o italiano Staffan de Mistura, disse que “indignação” é enorme. “O comboio foi resultado de um longo processo de permissão e preparação para ajudar civis isolados”. Para o presidente da Cruz Vermelha Internacional, Peter Maurer, o ataque foi “totalmente inaceitável” e “uma flagrante violação do direito humanitário internacional”.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), os bombardeios destruíram ao menos 18 dos 31 caminhões que levavam alimentos e outros produtos de primeira necessidade para a região de Aleppo, onde cerca de 78 mil receberiam a ajuda humanitária. Por estar passando por uma área rural sob domínio de rebeldes, analistas do OSDH acreditam que os ataques tenham sido realizados por aliados do governo de Bashar al-Assad.
Nas últimas semanas as ofensivas contra os inimigos de Damasco ampliaram o cerco a Aleppo, especialmente com a ajuda de bombardeios de caças russos, afetando, além de rebeldes, muito civis. A população sofre com a falta água, eletricidade, alimentos e remédios.
Trégua
As Forças Armadas sírias proclamaram o fim de uma trégua de uma semana no país ainda na última segunda-feira (19).
Segundo representantes militares, os rebeldes, denominados como “grupos terroristas armados”, não teriam levado a sério o acordo e o violado em no mínimo 300 vezes, perdendo assim uma “chance real” de conseguir diminuir o número de mortes na região. Já a oposição síria afirmou que o governo de Assad teria descumprido o cessar-fogo 254 vezes desde o seu início e que teria feito isso para poder anunciar o fim da trégua e realizar novos ataques.
Histórico
A Síria sofre com uma guerra civil desde 2011, quando opositores ao regime de Assad iniciaram uma rebelião armada para tirar o ditador do poder, inspirados pela Primavera Árabe. Sem sucesso, o conflito continua até hoje e o grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) domina grandes porções de terra do norte do país.
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