O Nubank pode fechar as portas se o Banco Central confirmar nesta terça-feira (20) uma mudança nas regras de pagamento para lojistas.
Atualmente, quando você faz uma compra no cartão de crédito, o estabelecimento recebe o dinheiro em 30 dias. Com os novos termos, esse prazo pode diminuir para até dois dias, como já acontece nos EUA. Em entrevista ao Estadão, a cofundadora do Nubank, Cristina Junqueira, informa que isso inviabilizaria o negócio da fintech mais querida do País.
O atual prazo de 30 dias funciona porque os consumidores pagam uma compra feita no cartão de crédito, em média, 26 dias depois. Um mês é tempo suficiente para que o Nubank receba os pagamentos das faturas e repasse o dinheiro para as maquininhas de cartões, como Cielo e Rede, que então fazem o pagamento ao lojista.
Caso o governo siga em frente na ideia de reduzir o prazo de pagamento para lojistas, o Nubank teria que captar recursos no mercado, já que precisaria repassar o dinheiro das compras antes de receber os pagamentos das faturas dos clientes. Segundo Junqueira, todos os emissores de cartão de crédito seriam afetados com a mudança, mas os menores seriam os mais prejudicados por não terem a capacidade de financiamento dos grandes bancos, como Itaú e Bradesco.
Mesmo se a nova regra for mais branda que o esperado (redução do prazo de repasse para 15 dias, não dois dias), a existência do Nubank estará ameaçada. “Nós já fizemos algumas simulações. Com dois dias é apagar a luz e fechar a porta. Com 15 dias, a gente precisaria de quase R$ 1 bilhão de capital adicional do dia para a noite”, diz a cofundadora ao Estadão.
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