Mais da metade da população brasileira de 25 anos [ou mais] tinham concluído apenas o ensino fundamental em 2016. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (21) pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, a PNAD contínua, feita pelo IBGE. Ao todo, mais de 66 milhões de brasileiros nesta faixa etária tinham apenas o ensino fundamental completo, enquanto menos de 20 milhões (15%) tinham o ensino superior completo.
A taxa de analfabetismo em 2016 ficou em torno de 7,2%, o que representa cerca de 11,8 milhões de pessoas. Entre as regiões mais afetadas pela falta de alfabetização está o Nordeste, com mais de 14,8% da população, longe dos 3,6% da região Sul. O Nordeste registra ainda cerca de 52,6% da população de 25 anos ou mais sem o ensino fundamental completo.
A analista do IBGE, Marina Águas, ressalta que os números são ainda mais preocupantes na região Nordeste quando se leva em conta a diferença racial.
“A parte do Nordeste e Norte do país tem historicamente um grau de desenvolvimento econômico diferenciado com relação ao centro-sul do país. Então, o que a gente mostra? Que exatamente, os indicadores de escolaridade não são tão positivos com relação às outras regiões do país. Se pegar as diferenças com relação à cor ou raça, torna-se ainda mais impactante.”
Na questão de cor e raça, levantada pela especialista, a pesquisa do IBGE dá dados que comprovam a diferença na escolaridade. A taxa de analfabetismo entre os idosos negros é quase o dobro na comparação com os brancos. Se entre os negros os números chegam a 30,7%, os brancos representam 11,7%. Entre a população de 25 anos ou mais, apenas 8,8% tinha nível superior, enquanto entre os brancos a taxa atingiu 22,2%.
Outro ponto que chama atenção no levantamento é de que apenas 30,4% da população até três anos de idade frequentavam a creche. Já na população entre 6 e 14 anos, a taxa de escolarização atingiu cerca de 99,2% da população.
A pesquisa também aponta que, entre a população com 14 a 29 anos, 24,8 milhões não frequentavam a escola e não tinham completado todo o ciclo escolar até a conclusão do ensino superior. Os homens representam 52,3% desse total, enquanto entre as mulheres o percentual era de 30,5%.
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