Durante pronunciamento nesta sexta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro prestou esclarecimentos sobre a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo.
Segundo Bolsonaro, Moro não se importa com os brasileiros e nem com o país, apenas com o próprio ego. “Uma coisa é admirar uma pessoa, outra é conviver com ela. Hoje pela manhã, tomando café com aliados, eu lhes disse: hoje vocês conhecerão aquela pessoa que tem o compromisso consigo próprio, com seu ego, e não com o Brasil. O que eu tenho ao meu lado é o povo brasileiro”, disse Bolsonaro.
Facada
Bolsonaro também disse que a Polícia Federal (PF) deu mais preferência para tentar solucionar o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, morta em março de 2018, do que para a investigação da facada da qual foi vítima em sua campanha eleitoral em setembro do mesmo ano.
“A PF de Sergio Moro se preocupou mais com quem matou Marielle do que com quem tentou matar seu chefe supremo. Cobrei muito deles aí, interferi”, alegou. Em sua fala, Bolsonaro disse ter quase implorado para Moro apurar o caso da facada. “É intervenção pedir a Sergio Moro, quase implorar, que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, questionou.
Sergio Moro
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (24) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão do cargo. O ex-juiz da Lava-Jato fez o pedido após o presidente Jair Bolsonaro decidir exonerar o delegado Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral Polícia Federal.
“Queria lamentar esse evento na data de hoje enquanto estamos passando por uma pandemia da Covid-19. Durante essa pandemia, queria evitar ao máximo que isso acontecesse, mas isso não foi por minha opção”, disse ao abrir os trabalhos. “O presidente me quer realmente fora do cargo e não vejo outra alternativa. De todo modo, o meu entendimento é que eu não tinha como aceitar essa substituição. Eu não me senti confortável e tenho que preservar a minha biografia e, acima de tudo, preservar o compromisso que fiz de combater o crime organizado”, disse afirmando que não concordava com a demissão sem justificativa de Valeixo.
Bolsonaro disse que “queria alguém que ele pudesse ligar, pudesse solicitar informações, relatórios”. “Não é papel da PF dar esse tipo de investigação e as investigações precisam ser preservadas. Imagina se a Dilma ligasse para o superintendente para pedir informações de investigações em andamento. A autonomia da PF é um valor fundamental que temos que preservar dentro do Estado de Direito”, pontuou ainda.
Do Portal N10 com ANSA
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