A halitose, ou mau hálito, é um problema que atinge milhões de brasileiros e pode prejudicar a vida pessoal e até profissional de quem sofre com o distúrbio. Na grande maioria dos casos, a origem é na própria boca, mas pode ser originado também nas vias aéreas superiores e por doenças metabólicas ou sistêmicas. Segundo Rosane Menezes Faria, dentista da Caixa Seguradora Odonto, manter uma higiene bucal, com a escovação e uso do fio dental, é o caminho para combater o mau hálito.
O mau hálito não é uma doença, mas sim um sintoma de que algo está errado com seu organismo. Porém, apesar de ser algo comum, ainda existem muitas dúvidas em relação à questão. Pensando nisso, a especialista listou quatro mitos e quatro verdades sobre o mau hálito. Confira:
Ficar muito tempo em jejum pode acentuar o mau hálito
Verdade. Quando o indivíduo fica muito tempo sem ingerir nenhum tipo de alimento o organismo começa a liberar ácidos graxos. “Tais substâncias automaticamente geram o mau hálito. Portanto, minha orientação é que a pessoa coma de três em três horas”, afirma Rosane.
Quem tem halitose geralmente percebe
Mito. A dentista informa que, na verdade, o indivíduo que possui mau hálito acaba não se dando conta. “Isso acontece porque o sistema do corpo que identifica odores se adapta ao cheiro e o portador nem percebe que seu hálito incomoda”, explica.
O consumo excessivo de proteínas de origem animal é inimigo do hálito fresco
Verdade. O consumo excessivo de proteínas pode potencializar o aparecimento do odor indesejado, pois as mesmas contribuem para a mudança do pH alcalino, o que propícia o desenvolvimento de bactérias. “As proteínas de origem animal ainda favorecem a formação de muco, fator que causa o acúmulo de biofilme lingual, conhecido como saburra, que é um dos principais vilões do bom hálito”.
Quem usa prótese dentária tem mais facilidade em ter mau hálito
Mito. O problema não é a utilização da prótese, mas sim a má higienização da mesma. “Caso a limpeza não seja feita de maneira adequada, é muito provável que bactérias se acumulem, o que pode resultar no mau hálito”, alerta.
Ingerir mais vegetais e frutas auxilia no combate ao mau hálito
Verdade. Alimentos como maçã, cenoura e pepino, quando comidos crus e com casca, realizam uma espécie de raspagem dos dentes que complementa a ação de limpeza do fio dental. “Assim, ocorre o impedimento do acúmulo de bactérias que causam odores indesejados”, explica.
Mascar chiclete sem açúcar acaba com o mau hálito
Mito. Os chicletes, principalmente os isentos de açúcar, estimulam a salivação, o que pode mascarar o mau hálito. “No entanto, é um efeito passageiro que, certamente, não acabará com o problema”, pondera Rosane.
O uso do aparelho ortodôntico pode contribuir com a halitose
Verdade. Em pesquisa feita pela ABHA (Associação Brasileira de Halitose) com 254 jovens de 12 a 19 anos, 37% dos adolescentes apresentavam ou já tiveram problemas de halitose. Dentre eles, 21% contaram que o mau hálito começou logo após o início do uso do aparelho ortodôntico.
“O uso de aparelhos ortodônticos, principalmente o fixo, dificulta a higienização, uma vez que aumenta a retenção dos alimentos. Nesse caso, a orientação é ter ainda mais cuidado com a escovação, além de utilizar uma escova interdental, já que limpa entre os dentes e por dentro dos brackets”.
O mau hálito é um problema sem cura
Mito. O distúrbio tem cura em aproximadamente 100% dos casos. “Para tanto, é imprescindível que o paciente visite seu dentista para que o profissional identifique a real causa do problema e passe o tratamento mais adequado para o caso”, conclui a dentista da Caixa Seguradora Odonto.
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