O Ministério da Saúde cumpriu solicitação do Ministério Público Federal (MPF) e divulgou em sua página na internet um alerta sobre a falsa cura da covid-19 em razão do cultivo de sementes de feijão.
As sementes haviam sido postas à venda pelo pastor evangélico Valdemiro Santiago de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus, por meio de vídeos postados no YouTube. Os produtos poderiam ser adquiridos por até R$ 1 mil. Segundo o líder religioso, ao semearem os grãos, os fiéis veriam brotar plantas que teriam efeito terapêutico contra a doença.
“O Ministério da Saúde informa que não há, até o momento, produto, substância ou alimento que garante a prevenção ou tratamento do novo coronavírus. Conforme determinação do Ministério Público Federal, o Ministério da Saúde esclarece que é falso que o plantio de sementes de feijão, comercializados pelo líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago, leva à cura ou serve para prevenção da covid-19”, diz o alerta publicado no site da pasta.
A mensagem do Ministério da Saúde sobre “feijão que cura coronavírus” é acompanhada de um selo que adverte: “Isto é Fake News! Esta notícia é falsa – Não divulgue”. O selo tem sido aplicado em alertas semelhantes no site para denunciar a falsidade de receitas e métodos supostamente milagrosos contra a covid-19, como beber água a cada 15 minutos, ingerir chá de limão com bicarbonato ou fazer gargarejos com solução de sal, vinagre e água morna.
Os vídeos do pastor Valdemiro Santiago já foram removidos do YouTube, também após pedido feito pelo MPF por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo. O Google, responsável pela plataforma, garante ter preservado os arquivos e os dados de acesso das publicações, que poderão ser utilizados em possíveis ações judiciais contra os autores do material veiculado.
O MPF já solicitou ao Ministério Público do Estado de São Paulo que apure a ocorrência do crime de estelionato. Os vídeos buscavam induzir os fiéis a adquirirem produtos cujo poder de cura prometido não existe e divulgavam o suposto caso concreto de uma pessoa que havia se recuperado da doença a partir do cultivo do feijão. Alegou-se, inclusive, que o episódio estaria amparado em um atestado médico.
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