O golpe econômico produzido pela irrupção do Covid-19 no país foi de uma intensidade pouco vista antes mas, ao mesmo tempo, os seus efeitos prejudiciais parecem estar sendo superados mais rápido do que o previsto. De acordo com os dados levantados pelo Banco Central, a economia brasileira sobe tão rápido quanto caiu. O IBC-Br, um dos indicadores que mede o desempenho econômico todo mês, já mostra como depois de ter se afundado em abril, começa a se recuperar no mês de maio. Atualmente o índice está voltando aos patamares pré-pandemia.
Isto não quer dizer que a crise foi superada. Nesta etapa, cobra maior importância o apoio financeiro para o setor das pequenas empresas assim como o sistema de auxílio emergencial desenvolvido pelo governo, que no início foi de R$600 mensais, desceu para R$300 e com projeções de acabar para o fim do ano. Este auxílio foi o responsável por compensar a perda de emprego e manter o consumo. Para os analistas, o principal desafio será permanecer no ciclo de recuperação sem aquelas medidas, que não poderão ser deixadas sem a volta do emprego.
A ajuda também precisa se conservar no segmento das micro e pequenas empresas já que foi o que mais demissões registrou no período crítico: pouco mais de 1 milhão de postos de trabalho. Mesmo assim, um levantamento da Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostra, no terceiro trimestre do ano, uma rápida capacidade de reação após a forte diminuição de atividades.
Para apoiar o setor, o Governo anunciou novas medidas por meio da Caixa Econômica Federal oferecendo mais uma linha de empréstimos: o Microcrédito Produtivo Orientado Caixa, que visa ajudar ao crescimento de donos de pequenos negócios, sejam formais ou informais. O requerente precisa ser maior de 18 anos, não ter o nome ou CPF restrito em órgãos de proteção ao crédito (SPC, Serasa, CADIN e SINAD), e a sua empresa deve apresentar um faturamento anual de até R$20 mil. É essencial ter conta na Caixa (conta corrente, poupança ou conta Caixa Fácil).
Depois de receber orientação financeira e ser aprovado na análise de crédito, a pessoa pode receber investimentos para ser destinados à compra de equipamentos, mercadorias ou materiais exclusivamente utilizáveis no negócio.
Esta linha oferece créditos com valores entre R$300 até R$21 mil e com uma taxa de juros a partir de 1,99% mensal. O valor total da dívida pode ser parcelado em até 24 vezes evitando um impacto pouco sustentável no orçamento do empreendimento.
Ainda que a recuperação tenha começado, é preciso manter vigente este tipo de medidas. De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “as micro e pequenas empresas são o motor da economia. Para sairmos mais rapidamente da crise, será fundamental continuar apoiando esses empresários. Isso passa por uma série de medidas, desde o apoio para que as empresas consigam digitalizar suas vendas até a ampliação da oferta de crédito”.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.