A Justiça Federal em São Paulo aceitou nesta quinta-feira, dia 4 de abril, uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus o ex-presidente da República Michel Temer e sua filha, Maristela Temer, sob acusação de lavagem de dinheiro.
Também tornaram-se réus pelo mesmo delito João Baptista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, e sua esposa, Maria Rita Fratezi, controladores da empresa Argeplan.
“A narrativa é clara o suficiente para permitir o exercício do direito de defesa, e os fatos narrados configuram, em tese, infração penal. A denúncia é ainda lastreada em indícios mínimos de autoria e de materialidade da infração penal imputada aos acusados”, diz a decisão do juiz federal substituto da 6ª Vara Criminal Federal Especializada em Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e em Lavagem de Valores, Diego Paes Moreira.
Segundo a denúncia do MPF, Maria Rita Fratezi e Maristela Temer, entre os anos de 2013 a 2015, sob a orientação e comando do ex-presidente Temer e do coronel Lima, teriam ocultado e dissimulado a origem de R$ 1,6 milhão, empregando o valor na reforma da residência de Maristela, na capital paulista.
De acordo com a acusação, o montante não pertencia à filha de Temer e foi obtido em decorrência de crimes contra a administração pública praticados pela empresa Argeplan.
O MPF destaca que o escritório da Argeplan, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo, foi o local de entrega de duas remessas de propina pagas em 2014 pela JBS e pela empreiteira Odebrecht, no valor somado de R$ 2,4 milhões.
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