(ANSA) – O menino sírio Aylan Kurdi, de 3 anos, cuja foto de seu corpo morto em uma praia do município costeiro turco de Bodrum chocou o mundo ontem (2) e ativou os debates sobre a crise migratória que atinge a Europa, estava fugindo da cidade de Kobane, que há meses é dominada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis). De acordo com a imprensa turca, Aylan viajava com sua família e tinha partido da Síria com o objetivo de chegar ao continente europeu via ilha de Kos, na Grécia.
No entanto, a embarcação em que estava naufragou e matou 12 pessoas, entre elas seu irmão Ghalib, de 5 anos, e sua mãe. O único que sobreviveu ao acidente foi o pai, que agora pretende voltar à Síria para enterrar sua família no país natal. A tragédia causou comoção na Turquia e a foto de Aylan morto na praia, com seu corpo sendo carregado por um militar, foi publicada milhares de vezes nas redes sociais por internautas do mundo todo que se sentiram indignados com a crise migratória. A rota entre Bodrum, na Turquia, e Kos, na Grécia, é relativamente curta, mas não menos perigosa. Algumas pessoas tentam fazer a travessia à nado e outras, em embarcações ilegais.
De acordo com agências humanitárias, somente no mês passado, dois mil imigrantes fizeram este trajeto. A foto de Aylan foi divulgada em um momento em que a Europa sofre seu pior fluxo migratório desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além da Grécia, a Itália e a Espanha são portas de entrada para imigrantes devido à proximidade com o Mar Mediterrâneo e à curta distância com países do norte da África palcos de conflitos, como Tunísia, Líbia e Egito.
Refugiados da Síria, Paquistão e a Afeganistão diariamente também recorrem à opção da rota balcânica, que é feita pela Macedônia, Sérvia e Hungria. No próximo dia 14 de setembro, as lideranças europeias realizarão um encontro extraordinário para debater as políticas de imigração e refúgio. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 350 mil imigrantes e refugiados já viajaram pelo Mediterrâneo desde janeiro para tentar entrar na Europa.
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