O médico Marcelo Queiroga aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro e será o novo ministro da Saúde. Os dois se reuniram nesta segunda-feira, 15 de março, em Brasília, para tratar do convite. A oficialização ainda depende de publicação em Diário Oficial, o que deve ocorrer em breve.
A substituição de Eduardo Pazuello no comando da Saúde ganhou força nos últimos dias, principalmente no fim de semana. No domingo (14/03), o presidente chamou Pazuello para uma conversa, junto com outros ministros, para acertar os detalhes de sua saída. Em seguida conversou com a médica Ludhmila Hajjar, que recusou o convite de assumir o cargo.
Nesta segunda-feira, 15, já estava marcada uma entrevista coletiva semanal em que o Ministério da Saúde faz o balanço da covid-19, mas Pazuello aproveitou a ocasião para fazer um balanço de toda a sua gestão, e não somente dos últimos sete dias, como é de praxe. Usou o espaço também para confirmar, pela primeira vez, que Bolsonaro procurava um novo substituto e dizer que ficaria no cargo para a transição.
“O ministro vai ser substituído? Um dia, sim. Pode ser em curto, médio ou longo prazo. O presidente está sim neste momento de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, segue vida normal. Eu não estou doente, não pedi para sair e nenhum de nós está com problema algum. Estamos trabalhando focados na missão. Quando o presidente tomar a decisão, faremos uma transição tranquila. É continuidade, não rompimento”, disse.
Quem é Marcelo Queiroga
Marcelo Queiroga é graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba. É especialista em cardiologia e tem doutorado em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Portugal. Atualmente, dirige o departamento de hemodinâmica e cardiologia intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (Unimed João Pessoa) e é médico cardiologista intervencionista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, também na Paraíba.
Atuou como dirigente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, na qual já exerceu a presidência no biênio 2012/2013, sendo membro permanente do seu Conselho Consultivo. Integra ainda o Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba como Conselheiro Titular.
Assim como Ludhmila Hajjar, recebida neste domingo pelo presidente para debater a sucessão de Pazuello, Marcelo Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contrário ao “tratamento precoce” defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento sem comprovação científica para covid-19.
De perfil técnico, Queiroga atuou na equipe de transição do governo de Michel Temer para Bolsonaro no fim de 2018. Em setembro do ano passado, encontrou-se com o presidente no Planalto e chegou a postar uma foto com ele.
(Com Estadão Conteúdo)
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