Grupos de manifestantes se reúnem nesta quarta-feira (2) em frente aos quartéis do Exército em várias cidades brasileiras para pedir uma “intervenção militar” e anular as eleições presidenciais de domingo, por discordar da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Manifestantes chegaram Comando Militar do Leste (CML) no centro do Rio de Janeiro por volta das 8h com bandeiras do Brasil e cartazes com os dizeres “Intervenção Militar” e “Intervenção Federal”.
“O país não teve eleições limpas. Não vamos admitir. O Exército tem que sair do quartel e nos proteger do comunismo”, disse uma manifestante ao site UOL.
O grupo passou a maior parte da manifestação com gritos de “eu autorizo”, “Lula ladrão” e entoando hinos militares e religiosos.
“Estamos acompanhando de perto as manifestações que acontecem em frente ao Comando Militar do Leste, na Praça Duque de Caixas, no centro do Rio de Janeiro”, explicou a Polícia Militar no Twitter.
Já em São Paulo, um grupo de bolsonaristas passou a noite em frente Comando Militar do Sudeste, próximo ao Parque Ibirapuera e à Assembleia Legislativa. Eles entoaram gritos de “intervenção federal já” e “eu autorizo”.
Até o fechamento desta matéria, haviam 177 manifestações em andamento em São Paulo, incluindo interdições em rodovias paulistas. Outras 148 foram encerradas.
Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma manifestação de frente ao Tiro de Guerra do Exército, em Mossoró (RN), pedindo intervenção militar.
Cantando o hino nacional e desfilando com bandeiras pela rua, os manifestantes pedem ainda que Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito no último dia 30 de outubro, não assuma o cargo de presidente a partir de 2023.
Os atos, que também foram registrados nos quartéis de Caxias do Sul, Porto Alegre, Salvador e Brasília, foram convocados pelas redes sociais e ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro fazer um breve discurso sobre as eleições após 45 horas em silêncio.
Bolsonaro não aceitou a vitória da esquerda, mas autorizou o início da transição de governo. No mesmo discurso, o direitista pediu aos bolsonaristas que bloqueiam as rodovias do país desde a noite de domingo que os protestos não sigam a tática da esquerda.
“Não podem ser como os da esquerda que sempre prejudicaram a população, como a invasão de propriedades, a destruição do patrimônio e a restrição do direito de ir e vir”, assegurou.
No entanto, assegurou também que “os movimentos populares são fruto da indignação e do sentimento de injustiça pela forma como decorreu o processo eleitoral”. Muitos analistas interpretaram esse discurso como apoio velado aos protestos.
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