Levantamento do ‘Movimento Todos pela Educação‘ revela que 2,7% dos estudantes de Roraima terminam o ensino médio dominando o conteúdo de matemática. No Maranhão, o percentual é 2,8% e no Amazonas, 2,9%. Esses três estados tiveram o pior resultado no relatório De Olho nas Metas, divulgado na quinta-feira (2). O nível de proficiência em matemática foi medido com base no Sistema de Avaliação da Educação Básica referente a 2013, do Ministério da Educação.
De acordo com os dados, o resultado também é baixo na média nacional: 9,3% dos que concluem o ensino médio absorveram o essencial da disciplina. Os estudantes do Distrito Federal tiveram o melhor desempenho, com 17% deles demonstrando proficiência na matéria. No Rio Grande do Sul, o percentual é 13,8%.
O relatório destaca que nem mesmo os estados com melhor resultado atingiram a meta proposta pelo Todos pela Educação de 28,3% dos estudantes com domínio do conteúdo de matemática. “A cada 20 crianças que ingressam no ensino fundamental, apenas uma está saindo com a aprendizagem adequada em matemática”, enfatiza a coordenadora-geral da pesquisa, Alejandra Velasco.
Em português, os resultados foram um pouco melhores, porém também abaixo das metas. O Distrito Federal tem 40,2% dos estudantes concluintes do ensino médio com os conhecimentos essenciais em português. O percentual é maior do que a meta nacional (39%), mas menor do que o objetivo específico (54,7%). Na média de todo o país, o percentual ficou em 27,2%. Os piores resultados foram registrados no Maranhão (12,2%) e em Alagoas (12,6%).
Para contornar essa situação, Alejandra Velasco defende uma atenção específica ao ensino médio. “Só corrigindo o percurso todo é que se corrigirá essa estatística. Isso é o produto de toda a escolaridade desse aluno. Então, a gente precisa falar e ter soluções específicas para os anos finais do ensino fundamental, que é uma etapa esquecida das políticas públicas”, ressaltou após a apresentação dos dados.
Para Alejandra, a matemática é uma disciplina especialmente difícil de se apresentar aos estudantes. “Com matemática, há uma dificuldade maior de não apenas apresentar os conteúdos, mas relacionar esses conteúdos com o cotidiano do aluno”, destacou. Por esse motivo, é importante da capacitação dos educadores. “Não é apenas o domínio dos conhecimentos específicos de matemática, mas também o domínio de diferentes técnicas e formas de ensinar esses conhecimentos. Ter um repertório para quando uma estratégia não funciona com determinados alunos, empregar outra”, acrescentou.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.