O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta quarta-feira (16) que há cinco empresas interessadas na privatização dos Correios. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, ele citou quatro delas: a varejista Magazine Luiza, a gigante americana do e-commerce Amazon e as empresas de logística estrangeiras DHL e Fedex.
“O importante é que já tem cinco players interessados. O Magalu é um deles, a Amazon, a DHL e Fedex. Já tem pessoas, grupos interessados na aquisição dos Correios, então isso é importante, porque não teremos um processo de privatização vazio”, afirmou.
Magalu e Amazon estão entre as gigantes que travam uma corrida no comércio eletrônico brasileiro para reduzir os prazos de entrega de seus produtos e conquistar mais clientes, conforme mostrou reportagem de “O Globo”.
O aumento das vendas no Rio de Janeiro estimularam inclusive a decisão do Magalu de abrir um centro de distribuição no Estado este ano e lojas físicas a partir do ano que vem.
Faria disse que o Congresso Nacional deve decidir como funcionaria o controle acionário e as obrigações da empresa que vier a comprar os Correios no processo de privatização.
“Tem empresas interessadas em ocupar esse espaço, e elas sabem que você recebe o bônus e o ônus também, mas é uma empresa saudável.”
O ministro disse que pediu para que o tema ficasse sob sua responsabilidade no ministério e que conversará com líderes do Congresso e os presidentes da Câmara e do Senado para articular a tramitação do projeto de privatização.
Além disso, ressaltou que temas específicos, como a universalização dos serviços, também serão discutidos pelos parlamentares: “Em relação à universalidade das entregas, entregar no interior da Amazônia, Rio Grande do Sul, outros Estados, em relação a funcionários, quem for bom vai continuar, até porque a empresa tem que continuar, o debate disso é no Congresso Nacional.”
O ministro usou a greve dos funcionários dos Correios como um argumento para a privatização. Faria criticou a paralisação em meio à pandemia e afirmou que isso não aconteceria em uma empresa privada.
“Eu nem entrei no mérito da greve, quem debateu isso foi o próprio presidente dos Correios. Acho que isso (a greve) foi muito ruim pra eles, porque é um momento em que todos precisam dar o melhor de si.”
Em nota, a Associação dos Funcionários dos Correios, Adcap, criticou o plano de privatização dos Correios, que chamou de “iniciativa lesa-Pátria que o governo tenta levar adiante de vender os Correios a qualquer custo”. A entidade diz que a venda da estatal seria um “negócio da China” para qualquer comprador.
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