(ANSA) – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enviou uma carta ao papa Francisco pedindo mediação na crise política que assola o país. A correspondência foi entregue ao núncio apostólico na nação latina, Aldo Giordani, pelo ministro venezuelano da Comunicação, Ernesto Villegas.
Na carta, Maduro pede para o Papa ajudar a encontrar uma solução que pacifique a Venezuela e condena o uso de crianças em protestos, os quais chamou de “atos terroristas”.
Até aqui, a onda de manifestações contra o regime chavista já dura mais de 70 dias e deixou 69 mortos. O presidente havia anunciado no último domingo (11) que enviaria uma mensagem a Francisco para tentar atrair o Vaticano de volta às negociações.
Em outubro passado, a Igreja e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chegaram a iniciar uma mediação, mas os diálogos foram congelados em dezembro, após a oposição ter acusado o governo de não manter sua palavra nas tratativas.
Na semana passada, o líder católico recebeu no Vaticano bispos da Conferência Episcopal Venezuelana, que lhe entregaram uma lista com o nome das pessoas mortas nas manifestações.
Anteriormente, o arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Urosa Savino, já havia acusado Maduro de usar a imagem do Papa para manipular o povo. A oposição alega que o presidente tinha se comprometido a abrir um corredor humanitário, tirar as restrições contra o Parlamento e libertar presos políticos. Já o governo diz que esses temas nunca fizeram parte das negociações.
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