A eleição presidencial será decidida num segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com dados do TSE. Com cerca de 97,51% das urnas apuradas até 21h36, Lula havia recebido 55,30 milhões de votos válidos, ou 47,94% do total contabilizado pela Justiça Eleitoral até aquele momento. O presidente e candidato à reeleição havia recebido 50,32 milhões de votos, ou 43,62% do total.
O segundo turno ocorre quando nenhum candidato consegue atingir a maioria da soma total dos votos computados.
O encontro entre os dois principais rivais está marcado para o dia 30 de outubro, último domingo deste mês. A realização da segunda etapa do pleito frustra principalmente a campanha do petista, que, na reta final do primeiro turno, investiu na defesa pelo voto útil na intenção de encerrar a disputa neste domingo, 2 de outubro.
Em retórica de contestação das pesquisas eleitorais – cujos resultados vão se confirmando nas urnas –, Bolsonaro dizia que a eleição se encerraria na primeira fase e seria ele o vencedor. Como mostravam as sondagens, e agora os números oficiais, o prognóstico não se realizou. O presidente reiteradamente colocou em xeque o sistema eleitoral.
Mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar e, de novo, colocaram entre os dois primeiros colocados um petista e Bolsonaro. Neste ano, Lula chegou à frente e é apontado, segundo pesquisas de intenção de voto, como o favorito para voltar à Presidência. Em 2018, Bolsonaro liderou a corrida e venceu Fernando Haddad (PT), que substituiu Lula nas urnas em razão de o ex-presidente cumprir pena na Polícia Federal, em Curitiba.
Outras vias
O centro político não logrou êxito, apesar de a chamada terceira via ter apresentado ao País a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS), em coligação com PSDB e Cidadania. Isolado, Ciro Gomes (PDT), em sua quarta disputa, fala em deixar a cena política.
Nos debates em que os candidatos estiveram frente a frente, Lula acenou a Ciro e a Simone – ainda que ambos tivessem feito duros ataques às gestões petistas, inclusive com denúncias de corrupção e crítica à recessão registrada no governo Dilma Rousseff (PT), alvo de impeachment em 2016. Nos bastidores, interlocutores do PT também conversam com nomes do PDT e do MDB – uma ala do partido, inclusive, já declarou voto no petista no primeiro turno.
Esse espectro de apoios é fundamental para definir o segundo turno e a formação de um eventual governo Lula. No sábado, 1º, o petista já sinalizava a necessidade de ampliar o leque de apoio, até agora majoritariamente formado por partidos de esquerda e líderes do centro. “A gente não tem de ficar com melindre de conversar com quem quer que seja. Nosso barco é que nem a Arca de Noé. Basta querer viver para entrar lá dentro e nós iremos salvar todo mundo”, disse Lula, em entrevista coletiva.
Já Bolsonaro dificultou o diálogo que poderia estabelecer com Soraya Thronicke (União Brasil), ao expor a candidata no debate promovido pela TV Globo. Em 2018, a senadora foi eleita declarando apoio ao então candidato à Presidência. Luiz Felipe d’Avila (Novo) já avisou que vai anular o voto.
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