O saldo da entrada e saída de dólares do país ficou positivo em US$ 2,531 bilhões em outubro até a última sexta-feira (21), informou hoje (25) o Banco Central (BC). O saldo está positivo depois de cinco meses seguidos de resultados negativos. Em setembro, as saídas de dólares superaram as entradas em US$ 5,539 bilhões.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, certamente a repatriação de recursos contribui para esse resultado positivo. Ele destacou que, pelo segmento financeiro, entrou no país US$ 1,6 bilhão entre os dias 19 e 21 de outubro. “Isso pode estar refletindo um ingresso mais forte dessa origem”, disse.
Reforço no caixa do Tesouro
Com a chamada Lei de Repatriação, o governo espera reforçar o caixa do Tesouro com os recursos. O prazo para adesão ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária começou em abril e termina no dia 31 deste mês.
A lei permite a regularização de recursos, bens ou direitos remetidos ou mantidos no exterior ou repatriados por residentes ou domiciliados no país, que não tenham sido declarados ou que tenham sido declarados incorretamente. Para regularizar os recursos, o contribuinte paga 15% de Imposto de Renda e 15% de multa, totalizando 30% do valor regularizado.
Dólar
Com a maior entrada de dólares no Brasil, o real está ganhando valorização em relação à moeda americana. Na última segunda-feira (24) o dólar fechou o dia com recuo de 1,33%, valendo R$ 3,1174, a menor cotação desde julho de 2015. Nesta terça-feira (25) o dólar continuou em baixa chegando a R$ 3,108 na venda.
Além da Lei da Repatriação, a decisão do Banco Central de não rolar os contratos de swap cambial que vencem em 1.º de novembro também contou para a queda do dólar. A decisão, diz o BC, foi tomada “tendo em vista a possibilidade de fluxos de capitais atípicos ou de oscilações excessivas de câmbio” por causa do programa de repatriação.
Outro fator é a ata do Copom (Comitê de Política Monetária). Na ata divulgada nesta terça-feira (25), o Banco Central afirmou que há sinais recentes de pausa no processo de desaceleração da inflação dos serviços. A pausa pode fazer com que a inflação demore mais para chegar à meta de 4,5%, fazendo com que o corte na taxa básica de juros, a Selic, seja mais lento.
Do Portal N10 com Agência Brasil
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