Disfunção temporomandibular (DTM). O nome é extenso e causa estranheza, mas ganhou espaço nas redes sociais nas últimas semanas, depois que a influenciadora digital e ex-BBB Jade Picon contou ter passado por uma cirurgia para resolver o problema, apontando o estresse como a principal causa.
De fato, esse é um dos fatores que podem provocar a lesão na articulação da mandíbula. Mas, nem sempre o tratamento passa pela cirurgia, e a causa pode englobar outros fatores, como procedimentos estéticos e ortodônticos mal executados, traumas em acidentes, uso de antidepressivos e entorpecentes em excesso ou o crescimento desequilibrado dos ossos do crânio.
O que é?
A DTM é caracterizada por uma luxação, um descolamento ou um rompimento de ligamento na articulação da mandíbula, similar ao que acontece frequentemente nos joelhos e cotovelos dos esportistas. “E, como pode ser causada por uma série de fatores, é importante que um profissional habilitado, com conhecimentos específicos nessa região, faça uma avaliação. Em geral, a cirurgia se aplica apenas nos casos mais graves”, orienta e explica o cirurgião-dentista, sócio e diretor clínico da Signature Clínica Boutique, Dr. Andreas Koren
Os principais sintomas da DTM abrangem dores ao abrir a boca ou na região da mandíbula, próximo ao ouvido, e ao mastigar, além de zunido no ouvido.
Principais causas
De acordo com o Dr. Andreas, o estresse realmente é um aspecto importante na prevalência da DTM, já que influencia no aparecimento do bruxismo — aquele ranger de dentes de forma inconsciente, muito comum nos dias de hoje. “É um hábito que desgasta muito os dentes e faz com que eles fiquem menores. Isso desequilibra o apoio da mordida e a movimentação da mandíbula, forçando uma movimentação exagerada para os lados ou para a frente, originando a luxação”, explica o profissional, ressaltando a importância do tratamento psicológico em paralelo. “Muitas vezes, é preciso fazer mudanças no estilo de vida, senão, mesmo com a operação, mais tarde o problema pode retornar”.
Por outro lado, tratamentos estéticos ou ortodônticos, por exemplo, em que não foram observados os cuidados com a proporção dos dentes, posicionamento e encaixe correto para a mastigação também afetam toda a região, podendo causar DTM. “Esses procedimentos sempre precisam contemplar a parte ortopédica também”, explica o cirurgião-dentista.
Além disso, esse tipo de lesão pode decorrer do uso excessivo de medicamentos ansiolíticos (antidepressivos) e entorpecentes, já que um dos principais efeitos colaterais é o bruxismo. Outros fatores que também podem induzir a uma DTM são traumas em acidentes ou a compleição óssea desequilibrada, que, às vezes, a pessoa já apresenta desde o nascimento, onde a mandíbula cresce mais que a maxila – um osso do crânio.
Tratamentos
A artroscopia da articulação temporomandibular (ATM), cirurgia realizada por Jade Picon, é comum e minimamente invasiva. “É como uma videolaparoscopia, onde inserimos uma câmera na cavidade articular para identificar e resolver a lesão, se for algo pontual, como um descolamento, rompimento ou sangramento devido à hiperatividade”, relata.
O procedimento só pode ser realizado por um cirurgião buco-maxilo-facial. E, em casos menos graves, por exemplo, os sintomas devem ser tratados com aparelhos, como o do bruxismo.
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