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INSS: pedidos de auxílio relacionados à doenças mentais aumentam no mês de setembro

Com a pandemia veio o isolamento e, com ele, o home office. No mesmo pacote também surgiram novas cobranças e uma mudança radical na rotina

Rotinas exaustivas, assédios e insatisfação com o cargo ocupado têm sido os principais motivos de afastamento dos postos de trabalho no Brasil. Com isso, psicólogos, especialistas, órgãos públicos e empresas privadas tentam minimizar riscos de doenças ósseas e mentais entre os colaboradores. O país fecha o mês de setembro, destinado à Campanha Setembro Amarelo, com aumento nos afastamentos por doenças mentais.

De acordo com dados do Ministério da Economia, no ano passado foram 576,6 mil afastamentos, uma alta de 26% em relação a 2019, e em 2021 os números devem aumentar. Segundo pesquisa divulgada pelo órgão, o transtorno misto ansioso e depressivo, como é identificado na Classificação Internacional de Doenças (CID), é a principal consequência apontada nos pedidos de benefícios ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

A pandemia da Covid-19 e o isolamento social também contribuíram para o aumento desses transtornos, como analisa Karen Fantine Oliveira, coordenadora do curso de Psicologia da Estácio. “O isolamento, a falta de contato, o medo do contágio e o número elevado de mortes fazem parte de um contexto que podem ter agravado o estado de quem já estava em sofrimento”, explica.

Com a pandemia veio o isolamento e, com ele, o home office. No mesmo pacote também surgiram novas cobranças e uma mudança radical na rotina. O celular e as redes sociais ajudaram na comunicação, mas aumentou o tempo dedicado a responder todas as mensagens e demandas da empresa. Com a volta ao trabalho presencial, o nível de exigência continuou”, acrescenta Karen.

Empregador é responsável pelas condições de trabalho em home office e pode responder a processo trabalhista
Imagem de Pexels por Pixabay

O retorno às atividades presenciais impactou a saúde física e mental dos trabalhadores: horas extras para cumprir as demandas em atraso, acúmulo de atividades, aumento de obrigações, tudo isso, segundo a psicóloga, pode causar ansiedade, síndrome do pânico, doenças cardiovasculares, estresse, sobrecarga, entre outros.

O fato é que, de acordo com a especialista, as empresas deveriam desenvolver ações não só durante o Setembro Amarelo, mas ao longo de todo o ano. No entanto, os dados de uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma-BR) demonstram que apenas 18% das empresas brasileiras possuem programas que foquem na saúde mental dos seus funcionários.

Ana Cláudia Medeiros, gestora de recursos humanos da Rui Cadete Consultores, defende a manutenção de atividades de promoção à saúde mental dos colaboradores. “Trazemos sempre especialistas para falar com as equipes. Mensalmente, temos um momento chamado “Falando sobre Emoções”, no qual escolhemos um tipo de emoção e conversamos sobre ela. É a hora de colocar tudo para fora, falar sobre o que a gente sente. Também desenvolvemos ações voltadas à saúde física, porque o cuidado com o corpo também impacta na saúde mental”, exemplifica.

A gestora argumenta que os colaboradores precisam estar bem emocionalmente para poder gerar bons resultados. É o que também aconselha a psicóloga Karen Fantine: “as empresas devem ter programas de prevenção e de apoio, assim como acolher e escutar os profissionais. É necessário descobrir a melhor maneira de conversar com cada funcionário, ter bem definidos os papéis e responsabilidades individuais e comunicar-se por meio de feedbacks que permitam ao funcionário analisar seu desempenho e ter mais segurança quanto ao emprego”, conclui. São iniciativas como essas que tornam o ambiente de trabalho mais agradável e acolhedor.

Outra dica é gerar um clima organizacional saudável e a realização de atividades em conjunto com outros colegas de trabalho traz experiências prazerosas e incentiva o bom relacionamento entre os membros da equipe”, incentiva Karen. De acordo com ela, as empresas devem estar atentas a sintomas como: cansaço extremo, angústia, ansiedade, problemas de sono, irritabilidade, distanciamento e sensação de frustração constante. Caso identifique algum desses indicativos, deve-se buscar ajuda profissional com um psicólogo ou psiquiatra.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário.Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop.MTB Jornalista 0002472/RNE-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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