De 2015 a 2022, o número de investidores na Bolsa de Valores deu um salto de 850% no Brasil, chegando a 5,3 milhões. De carona no interesse dos brasileiros pelo mundo das finanças, muitos influenciadores digitais criaram negócios que nasceram no YouTube e, hoje em dia, empregam centenas de pessoas. Mas a crise parece ter batido à porta dessas empresas depois do crescimento acelerado.
Na última sexta-feira (27 de janeiro), a Me Poupe!, da jornalista Nathalia Arcuri, demitiu de uma só vez cerca de 70 pessoas, o que representa metade dos 140 funcionários declarados no fim do ano passado. Falando sobre temas que vão de opções de investimento em renda fixa a operações complexas com ações, o Me Poupe! tem mais de 7 milhões de inscritos no YouTube.
Outras demissões
Não foi a primeira empresa liderada por um influenciador que foi forçada a demitir. Com cerca de 6 milhões de seguidores, o Grupo Primo, de Thiago Nigro (Primo Rico) e Bruno Perini, mantém hoje 190 empregados, de acordo dados do LinkedIn – mas já foram mais de 270.
Só em 2022, 90 pessoas perderam o emprego no Grupo Primo. Após a redução de equipe, o projeto com maior expectativa para 2022 no grupo, um canal no metaverso chamado Primoverso, foi abandonado.
Em nota, a Me Poupe! informou que as demissões foram reflexo da necessidade de uma reestruturação de funções de funcionários e que a companhia mudará o seu modelo de negócios – que ainda é desconhecido. “Esse movimento exige outras formações e competências técnicas do time, o que motivou a difícil decisão de realizar os desligamentos mencionados“, informou a empresa.
Segundo analistas, com o aumento na taxa de juros, as empresas que se dedicavam mais ao mercado financeiro viram um horizonte bem menos otimista do que no passado. A Empiricus, outra empresa voltada para a publicação de conteúdo financeiro, já teve de demitir 12% de seus colaboradores, por exemplo.
Cursos
Além de falar sobre finanças, os influenciadores têm em comum o sucesso de audiência baseado em conteúdos de interesse do brasileiro. Com a evolução dos negócios, as empresas passaram a vender cursos sobre gestão financeira e investimentos, além de aumentar a produção de vídeos para diferentes plataformas, como Instagram e TikTok, além do YouTube.
Com informações do Estadão Conteúdo*
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