(ANSA) – A maior manifestação popular da história do Brasil ocorrida no último domingo (13) e a denúncia protocolada pelo Ministério Público de São Paulo aumentaram a pressão sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que assuma um Ministério no governo Dilma Rousseff e ajude na articulação política. O cargo também daria ao petista o foro privilegiado para responder pelos processos judiciais e pelo pedido de prisão preventiva por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Os boatos de que Lula poderia assumir nos próximos dias um Ministério não foram nem confirmados e nem desmentidos pelo governo. A possibilidade do petista ingressar na gestão Dilma agitou os mercados e investidores, além de fazer o dólar voltar a subir no início desta semana, após quedas consecutivas nos dias anteriores.
Os cargos mais cotados para Lula seriam a Casa Civil ou a Secretaria de Governo, pastas ligadas diretamente ao Palácio do Planalto e envolvidas com articulação política no Congresso, onde o governo teme perder cada vez mais seu apoio. Deverá ser criada uma pasta sob medida, com poderes específicos, para Lula.
Dentro do governo Dilma, Lula também teria a responsabilidade de atuar nos bastidores para barrar um processo de impeachment contra a presidente. “Se estamos em um processo de economia difícil, que depende de um ajuste fino na área da política, todo mundo sabe que essa é a capacidade maior do ex-presidente: sua capacidade de aglutinar, de articular. É uma decisão dele”, comentou o atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. O ex-presidente até agora também não se pronunciou sobre a ideia de assumir um Ministério. O líder do PT, Rui Falcão, contou que Lula aproveitou o fim de semana para refletir. Ele deverá ter uma série de reuniões hoje para exigir condições para a mudança, como uma guinada na política econômica. Caso assuma um Ministério, Lula deixará de ser investigado em primeira instância na Operação Lava Jato, que em sua 24ª fase o levou para depor com um mandado coercitivo. A operação, liderada pelo juiz Sergio Moro, investiga os casos de corrupção na Petrobras e já citou políticos e empresários brasileiros, como executivos de empreiteiras. Sendo assim, qualquer processo contra Lula seria enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Ontem, a juiza Maria Pirscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, decidiu mandar para o juiz federal Sergio Moro a denúncia e a o pedido de prisão contra Lula feito pelo MP de São Paulo.
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