O uso da água como recurso terapêutico é conhecido desde a antiguidade. Ainda na civilização grega, por volta de 500 a.C., há registros da utilização da hidroterapia para fins medicinais. A atividade realizada em piscina coberta com água aquecida e técnicas próprias da fisioterapia é um alento para boa parte da população acometida com dores crônicas. Conforme aponta a Organização Mundial da Saúde, 30% da população mundial sofre com alguma dor crônica (aquela que persiste por mais de três meses).
Mas não apenas pacientes com algum tipo de dor podem ser tratados pela hidroterapia – também conhecida como fisioterapia aquática. Esta modalidade de tratamento é benéfica para várias doenças que limitam a capacidade funcional do corpo, que envolvem desde questões neurológicas, cardiopulmonares, até problemas ortopédicos e reumatológicos.
Segundo a fisioterapeuta Gerlane Cristina, a hidroterapia possui vantagens quando comparada a outras modalidades terapêuticas devido às particularidades físicas da água. Ela explica que doenças reumáticas, por exemplo, apresentam grande melhora com a hidroterapia devido aos exercícios com baixo impacto.
“A temperatura da água quente ajuda a relaxar os músculos, com uma ação anti-pasmódica, o que colabora para o movimento e flexibilidade. Além disso, a diminuição do efeito da gravidade, por causa do empuxo, favorece a realização de movimentos com uma sobrecarga articular mínima, com menos esforço nas articulações. Com tudo isso, se consegue fazer o movimento preciso, ativando os músculos e levando a pessoa à funcionalidade”, esclarece a profissional.
Somado aos benefícios físicos da fisioterapia aquática, com fortalecimento muscular, melhora do equilíbrio e condicionamento cardiorrespiratório, este tratamento colabora para o bem-estar psicológico e emocional do paciente. “Muitos pacientes que deixaram de fazer fisioterapia por dificuldade em realizar os exercícios, conseguem realizar os movimentos na água. Isso ajuda na autoconfiança, eleva a autoestima ao apresentar a evolução, além da interação social que existe no tratamento com outras pessoas na piscina”, explica Gerlane.
Hidroterapia e Covid-19
Pessoas que contraíram a Covid-19 também têm se beneficiado com tratamento por hidroterapia. De acordo com estudo feito pela Universidade de Zurique e publicado na revista científica PLOS ONE, 26% dos infectados sofrem de sintomas pós-Covid. “Já há relatos e pesquisas que apresentam a ‘síndrome pós-covid-19’ como um problema decorrente da doença e que compromete o sistema nervoso central e muscoesquelético. Fadiga, dores, fraqueza muscular, dificuldade para respiração e problemas cognitivos são alguns dos sintomas dessa síndrome e que também têm bons resultados se tratados com a hidroterapia”, realça a fisioterapeuta Gerlane Cristina.
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