Todos os anos, durante o mês de abril, um pequeno asteroide conhecido como Kamo`oalewa se aproxima o suficiente da Terra para ser visto com alguns de nossos grandes telescópios. Pode parecer um entre muitos, mas como agora defende uma nova pesquisa publicada na Nature Communications Earth & Environment, nada está mais longe da verdade: pode ser um fragmento de nossa própria lua.
Usando o Grande Telescópio Binocular no Arizona (EUA), um grupo de astrônomos observou que esse pequeno asteroide, que tem entre 46 e 58 metros de diâmetro (mais ou menos o tamanho de uma roda gigante), não refletia a luz do solo da mesma forma que outro asteroide conhecido. Essas mudanças no espectro do asteroide, como é conhecido esse fenômeno de reflexão da luz, alertaram os astrônomos para a composição particular do Kamo`oalewa.
“Eu examinei todos os espectros de asteroides próximos à Terra aos quais tínhamos acesso, e nada correspondia“, explicou em um comunicado Ben Sharkey, um estudante graduado no departamento de ciências planetárias da Universidade do Arizona e principal autor da pesquisa .
Depois de observar cuidadosamente o asteroide, Sharkey e seus colegas descobriram que o espectro de Kamo`oalewa era muito semelhante ao dos fragmentos de rocha lunar obtidos durante as missões Apollo. Isso, sem dúvida, parecia uma grande indicação de que o asteroide era um fragmento da Lua que havia se separado de nosso satélite natural. “É mais fácil explicar que vem da Lua do que outras ideias”, disse Sharkey, embora pareça que “mais observações” serão necessárias para poder afirmar com firmeza.
Sua composição não é a única coisa que mostra que poderia ter uma origem lunar: ele também parece indicar uma órbita curiosa, pois é um asteroide orbitando o Sol, mas faz muito mais perto da Terra do que os outros asteroides. “É altamente improvável que um asteroide próximo à Terra se mova espontaneamente em uma órbita quase-satélite como a de Kamo`oalewa“, disse Renu Malhotra, professor de ciências planetárias da Universidade do Arizona e co-autor do estudo.
De acordo com Malhotra, a órbita do asteroide vai durar mais 300 anos, então ainda teremos tempo para saber de onde ele realmente veio. Se a teoria lunar for confirmada, o próximo passo dos astrônomos será tentar descobrir como e quando esse asteroide se separou do nosso satélite.
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