Na terça-feira passada (05), o Supremo Tribunal Federal homologou o acordo de delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro. Durante muito tempo, Funaro foi consultor financeiro e banqueiro informal do PMDB. Ele revelou sobre subornos a parlamentares, venda de legislação e grandes esquemas de corrupção, entre outras coisas. Uma revelação mais grave, envolve o atual presidente Michel Temer.
As informações, segundo a revista Veja, são de que o presidente aparece fazendo lobby para políticos, cobrando repasses de caixa dois e, também, como destinatário de propina. Nelas, o doleiro garante que Temer “sempre soube” de todos os esquemas tocados pelo ex-deputado Eduardo Cunha. “Temer participava do esquema de arrecadações de valores ilícitos dentro do PMDB. Cunha narrava as tratativas e as divisões (de propina) com Temer”, acusa.
O delator menciona dois repasses feitos a Temer. O primeiro, de R$ 1,5 milhão, teria sido pago pelo grupo Bertin, agora chamado Grupo Heber, que atua nas áreas de infraestrutura, energia e agronegócio. O segundo, em 2014, que saiu de um acerto com a JBS, num valor de R$ 7 milhões, tinha como destinatários Temer, Cunha e o ministro da Agricultura na ocasião, Antônio Andrade.
Mais acusações
A expectativa é de que, além de Michel Temer, Funaro faça acusações contra o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco; e o ex-ministro Geddel Vieira Lima – todos do PMDB.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aguardava a homologação para utilizar as informações na nova acusação contra Michel Temer, que está sendo preparada e deve ser apresentada nos próximos dias. Após ter a denúncia por corrupção passiva contra si barrada na Câmara dos Deputados, o presidente ainda é investigado por supostos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.