Num estudo, anunciado nesta sexta-feira (15), em Roma, pelo relatório The State of Food Security and Nutrition in the World 2017 – o estado da segurança alimentar e nutrição no mundo, em tradução livre -, concluiu que, em todo o mundo, cerca de 815 milhões de pessoas no mundo, 11% da população, estão passando fome.
A partir dessa pesquisa, um dos desafios será garantir que, em 2050, numa população estimada em 10 bilhões de habitantes, todos possam ter o que comer. Segundo os estudos, a América do Sul é a que mais tem sofrido com esse problema. O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e ex-ministro do governo Luiz Inácio Lula da Silva, José Graziano, criticou “governos sul-americanos” que tem retirado proteções sociais por conta de problemas fiscais.
O estudo ainda apontou que os conflitos armados, mudanças climáticas e a recessão econômica podem ser uns dos motivos principais para o aumento da fome. O número de pessoas que passam por necessidade, segundo as pesquisas, aumentou em 38 milhões, entre 2015 e 2017.
O aumento do problema, porém, revela que o desafio pode ser maior que o que se estava previndo. De acordo com o informe, um dos aspectos que pesou foi à recessão econômica, principalmente na América do Sul.
Ainda para Graziano, tiveram questões como a “desaceleração do crescimento, o desemprego, a queda do salário mínimo e a deterioração das proteções sociais”. “Talvez vamos ver a volta da fome de locais onde estava erradicada”, alertou.
Regiões de conflitos e fome
Na avaliação da Organização das Nações Unidas – ONU -, parte da explicação também está na explosão de conflitos regionais pelo mundo. De acordo com os especialistas de agências como a FAO, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o maior número de vítimas da fome está justamente nessas regiões de conflito armado.
Sudão do Sul, Nigéria, Somália, Iêmen e Síria estão entre os principais focos da fome. Dos 815 milhões de famintos no mundo, 489 milhões deles vivem em zonas de conflitos. Mas o aumento da fome não está ligado apenas a isso, mas também com o impacto das mudanças climáticas. “Mesmo em regiões mais pacíficas, secas e enchentes ligadas ao fenômeno do El Nino, assim como a desaceleração econômica mundial, também tiveram um impacto na segurança alimentar”, apontam.
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