A partir de agora, o jornal Folha de São Paulo deixará de publicar conteúdo no Facebook. A medida foi tomada depois que a maior rede social do mundo decidiu reduzir a visibilidade do jornalismo profissional nas páginas de seus usuários .
A Folha, que atualmente tem 5,95 milhões de seguidores no Facebook, explicou que manterá sua página na rede social, mas que não mais irá atualizá-la com novas publicações. A mudança, de acordo com o jornal, reflete as discussões internas sobre as melhores maneiras de tornar o conteúdo do jornal mais acessível aos seus leitores.
“A decisão anunciada pelo Facebook em janeiro de mudar o News Feed para priorizar o compartilhamento de amigos e familiares, evidenciou as desvantagens de usar a rede como meio de distribuição de conteúdo”, explica o jornal brasileiro.
A mudança no algoritmo da rede social, de acordo com o jornal, “reforça a tendência do usuário de consumir cada vez mais conteúdo com o qual ele tem afinidade, favorecendo a criação de bolhas de opiniões e convicções e a propagação da falsa notícia” . Para o meio, esta mudança não garante mais que o leitor receba posições opostas no mesmo tópico.
No caso da Folha, a importância do Facebook como canal de distribuição já havia diminuído significativamente antes da mudança do mês passado. No entanto, em janeiro foi exponencial. “Em janeiro, o volume total de interações (ações, comentários e curtidas) obtidos pelas dez maiores páginas dos jornais brasileiros no Facebook caiu 32% em relação ao mesmo período do ano passado”, de acordo com dados compilados por este meio.
Outros meios
A Folha explicou que, no entanto, os usuários podem continuar compartilhando o seu conteúdo em suas páginas pessoais da rede social. Além disso, eles continuarão atualizando seus perfis no Twitter (onde tem 6,2 milhões de seguidores), no Instagram, (727 mil seguidores) e no LinkedIn (726 mil seguidores).
Além disso, a mídia lembra que essas mudanças no Facebook não são as primeiras que tentam deslocar o jornalismo profissional da rede social. O antecedente imediato, ele ressalta, é o Instant Articles, a ferramenta do Facebook que hospeda notícias de diferentes portais de forma nativa, dentro da plataforma.
Mas em vez de aumentar as visitas dos meios de comunicação, aumentar o número de leitores leais ou encorajar assinaturas, o gigante tecnológico fundado por Mark Zuckerberg assumiu o seu conteúdo e publicidade .
“As redes sociais, que podem ser ambientes de convivência e intercâmbio, são programadas de forma a estimular a repetição estéril de hábitos e opiniões preexistentes”, disse a Folha.
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