WASHINGTON | (ANSA) – O FBI abriu nesta quarta-feira (8) uma investigação criminal sobre o caso de espionagem realizado pela Agência Central de Inteligência (CIA) denunciado pelo site Wikileaks.
De acordo com fontes ouvidas pela “CNN”, o objetivo da investigação iniciada pelo FBI e coordenada pela CIA é “na verdade para descobrir se por trás da perda de dados há funcionários federais ou contratados”.
Nesta terça-feira (7), O site Wikileaks apresentou uma nova série de denúncias contra a CIA, e divulgou 8761 documentos que apontam o uso de softwares elaborados para invadir smartphones, computadores e até mesmo TV’s conectadas à internet de empresas norte-americanas e europeias, como Iphone, da Apple, Google Android e Microsoft, e eletrônicos da Samsung, que são transformados em microfones secretos.
Os documentos do Wikileaks são “extremamente perigosos e nos coloca em risco”, afirmou o ex-diretor da CIA, Michael Hayden. A principal preocupação do governo é se o Wikileaks publicar códigos secretos que revelam como são realizadas as operações de inteligência da agência, o que pode causar o roubo de hackers.
“Eu acho que Julian Assange é um inimigo dos EUA e isso deve ser levado em conta na avaliação das coisas que ele diz. Eu sei que os norte-americanos usam Samsung, Iphone, mas só porque temos a capacidade de entrar nesses dispositivos não significa que trabalhamos contra os norte-americanos”, acrescentou Hayden.
Embora a CIA não tenha confirmado a autenticidade dos arquivos, o vazamento aumenta as suspeitas de que a agência norte-americana tenha ultrapassado os limites de vigilância. Entretanto, a agência MI5, serviço secreto de segurança nacional do Reino Unido, teria sido cúmplice da Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana ao fazer a espionagem por televisores e celulares.
Segundo a imprensa britânica, a MI5 teria sido responsável de recolher os dados e transferí-los para a CIA, principalmente dos televisores da Samsung da série F8000 invadidos por uma ferramenta desenvolvida pela própria agência.
A acusação de espionagem fez com que as várias empresas de tecnologia reagissem à revelação de que tiveram seus produtos comprometidos e invadidos. A Apple emitiu um comunicado detalhado para afirmar que já estava analisando algumas das potenciais vulnerabilidades do sistema operacional em seus aparelhos. “A maioria das vulnerabilidades do sistema operacional do Iphone já foram resolvidas após a atualização mais recente do software. Nossos produtos e software são projetados para atualizar-se rapidamente e quase 80% dos usuários utilizam a última versão do nosso sistema operacional”, explicou a Apple.
A empresa ainda enfatizou que está “profundamente empenhada na defesa da privacidade e segurança” de seus clientes e reforça que o sistema “integrado no Iphone atualmente representa a melhor tecnologia de segurança de dados disponiveis para os consumidores”. “Estamos trabalhando constantemente para garantir que continue assim”, ressaltou a gigante de Cupertino, que precisou se defender após a acusação feita pelo Wikileaks à CIA.
Já a Samsung afirmou que “proteger a privacidade dos consumidores e a segurança dos nossos aparelhos é uma prioridade. Nós estamos cientes do relato em questão e estamos urgentemente analisando o caso”, disse a nota. A Microsoft também afirmou que estava ciente dos documentos vazados e tomando providências. Por sua vez, o Google não quis comentar as alegações de que a agência conseguiu controlar o Android.
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