(ANSA) – Poucos dias antes da assinatura de um acordo de paz com as autoridades de Bogotá, militantes das Farc pediram desculpas pelo “grande sofrimento” causado às vítimas do conflito que durou mais de meio século, em especial aquelas afetadas por sequestros. Em vídeo, um dos comandantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Ivan Márquez, disse que o grupo quer “reconhecer, com o sentimento de humanidade e reconciliação, que, durante o conflito, causamos grande sofrimento com o sequestro de pessoas em troca de resgate”.
O rebelde ainda destacou que o grupo não voltará a cometer ações semelhantes. “Aquela conduta, que sempre foi usada para sustentar as necessidades da rebelião, resultou em danos para famílias inteiras”, acrescentou na mensagem gravada em Havana, onde as negociações de paz tiveram início no final do ano 2012.
O grupo guerrilheiro usou como tática, especialmente a partir da década de 1980, o sequestro como forma de financiar suas atividades. Calcula-se que mais de 27 mil pessoas tenham sido alvo de sequestro no país até 2010, sendo que cerca de 90% delas foram vítimas das Farc. No último dia 25, as autoridades de Bogotá e os guerrilheiros concluíram as negociações de paz, após mais de três anos de negociações.
O acordo será assinado no próximo dia 26 e um plebiscito para a aprovação do documento foi convocado pelo Congresso para o dia 2 de outubro. Desde que as Farc foram criadas, no começo dos anos 1960, estima-se que o conflito com Bogotá tenha deixado mais de 220 mil mortos, quase 50 mil desaparecidos e 6,6 milhões de deslocados.
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