(ANSA) – Durante sua rápida visita a Roma nesta sexta-feira (06), o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou aos jornalistas que Jesus Cristo era “socialista”.
“Cristo foi o primeiro socialista do mundo porque lutou pela dignidade e pela igualdade dos seres humanos. Eu sou católico e amo Jesus Cristo. E sua luta nunca acabará”, disse Morales. O mandatário foi questionado pela imprensa italiana sobre o polêmico crucifixo formado por um martelo e uma foice que deu ao papa Francisco durante a visita do Pontífice à Bolívia, em julho deste ano. Ao responder a pergunta, o líder sul-americano lembrou a origem da peça para explicar o porquê a escolheu para presentear o Santo Padre. A obra foi desenhada pelo jesuíta Luis Espinal, assassinado por paramilitares de direita em 1980 durante o governo do ditador Luis García Meza – que atualmente está preso por crimes contra a humanidade.
Segundo o presidente, “o papa Francisco entendeu muito bem a situação”. De fato, dias após ter recebido o presente e vendo toda a repercussão negativa sobre o crucifixo, Jorge Mario Bergoglio afirmou que entendia a obra e a considera “uma expressão de arte de protesto”. “Não foi uma ofensa para mim e há opiniões erradas se espalhando por aí. Trouxe a obra comigo para o Vaticano”, disse o líder católico durante a viagem de volta a Roma da América do Sul.
Sobre o sucessor de Bento XVI, o boliviano expressou toda sua simpatia. “Ele não esquece jamais de rezar pelos povos e, para mim, é um verdadeiro irmão. Ele coloca em discussão as políticas capitalistas e precisamos rezar para que ele fique o maior tempo possível”, finalizou Morales.
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