O ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Arthur César de Menezes Soares Filho (o Rei Arthur) e o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), devido ao escândalo em que se envolveram. A suspeita é que eles fizeram compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse escolhido para ser sede olímpica no ano passado.
Além de ser acusado por corrupção, o ex-presidente do COB, Nuzman também foi denunciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. No último dia 11, Nuzman renunciou ao cargo, no qual estava desde 1995. Ele está preso desde o dia 5, na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio, porque houve, também, uma tentativa de ocultação de bens no último mês, segundo a MPF.
Leonardo Gryner, que era o braço direito de Arthur Nuzman, os senegalezes Papa Massata Diack, também estão na lista de denunciados por corrupção e ainda Lamine Diack, que é integrante do Comitê Olímpico Internacional (COI), teria vendido o voto dele e negociado a venda ilegal com outros membros africanos do comitê. O papa, seu filho, estão sendo indiciados por ter ajudado Nuzman no negócio e recebido o dinheiro. Contra Gryner também há uma denúncia por organização criminosa.
O valor pedido para que o Rio fosse garantido como sede nas olimpíadas, foi de US$ 2 milhões. Esse valor foi solicitado por Cabral, Nuzman e Gryner ao “Rei Arthur” que pediu ao Papa Diack. Essa ação, segundo a denúncia, é caracterizada como corrupção passiva. Nuzman e Gryner ainda estão sendo acusados de violar o “dever funcional ao conceder desconto, mesmo diante de descumprimento de contrato, por parte do hotel LSH Barra Empreendimentos Imobiliários SA (LSH Barra Hotel)”. Ainda segundo informações, as negociações foram iniciadas em agosto de 2009.
Além da condenação dos representantes do COB, o ministério pede, fora a condenação pelos crimes, uma reparação por danos materiais no valor de R$ 6,34 milhões e de danos morais no valor de R$ 1 bilhão. “A denúncia equipara Nuzman e Gryner a funcionários públicos, uma vez que tanto o COB quanto o Comitê Organizador dos Jogos receberam e eram gestores de verbas públicas e exerciam, por delegação, uma atividade típica de Estado: o desporto”, diz o Ministério Público.
“A despeito de tratar-se de uma ‘pessoa jurídica de direito privado’, o Comitê Olímpico Brasileiro, por meio de seus dirigentes, representa a República Federativa do Brasil em eventos esportivos internacionais, recebe verba pública (que representa a maior parte de seu orçamento) e, ainda, exerce uma atividade típica da Administração Pública Federal ao fomentar e organizar as atividades desportivas olímpicas no Brasil”, completou os procuradores do MPF.
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