A equipe da campanha de Lula para a eleição presidencial classifica as ações recentes de Ciro Gomes (PDT), com mais de uma citação à saúde física e mental do petista, como atuação a serviço de Jair Bolsonaro (PL).
Aliados de Lula têm dito a Carlos Lupi, presidente do PDT, que o que Ciro Gomes está fazendo vai na linha do bolsonarismo e sua estratégia é um “desserviço” ao país – já que ele podia arrancar votos de Lula no voto programático, de forma legítima, e agir, na avaliação de petistas, “como uma linha auxiliar de Bolsonaro“.
Até agora, o ex-presidente mantém a estratégia de poupar Ciro – para tentar atrai-lo a um palanque no 2º turno. Tanto que no debate da Band Lula fez um aceno, mas recebeu de volta uma “patada”, como definiram.
Mas Ciro tem escalado e sido mais agressivo com Lula do que com Bolsonaro, na avaliação do comitê de Lula. O episódio mais recente foi na rádio Jovem Pan, na segunda-feira (5), quando disse que nunca viu “Lula tão enfraquecido, tão debilitado psicologicamente“.
Na equipe de Lula, a avaliação é de que Ciro Gomes enveredou para a direita e assessores defendem esvaziá-lo na disputa já agora, com a chamada de voto útil junto aos eleitores. A estratégia está em discussão e divide opiniões – mas voltou a ganhar força na segunda-feira, após a entrevista de Ciro também acusando Lula de ter patrimônio oculto.
O comitê de Lula pretendia chamar o voto útil somente na reta final do 1º turno, que será em 2 de outubro. Porém, alguns dos coordenadores da campanha defendem que está a cada dia que passa mais difícil poupar Ciro porque ele “subiu muito o tom”.
“Acabou a boa vizinhança“, diz um aliado do petista. A estratégia, porém, ainda precisa do aval do ex-presidente.
Com informações de Andréia Sadi/G1*
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