Em uma semana dentro de casa, na quarentena por causa do novo coronavírus e sem renda, 72% dos moradores de favelas no Brasil não conseguem manter o baixo padrão de vida por não terem poupança. Em 13,6 milhões de pessoas, 32% (ou quase 1 em cada 3) terão dificuldades na compra de itens básicos de sobrevivência, como alimentos. É o que aponta a pesquisa do Data Favela, feita com 1.142 pessoas neste mês em 262 favelas de todas as regiões do País. De acordo com o ministério da Saúde, no Brasil, até esta segunda-feira (23), a doença havia causado 34 mortes e 1.891 casos confirmados.
A pesquisa do Data Favela mostrou que 7 em cada 10 famílias afirmam já terem tido queda na renda desde o início da pandemia e das medidas preventivas do alastramento do vírus, e 79% já começaram a cortar gastos. Quase metade dos trabalhadores que vivem em favelas são autônomos (47%) e 8% são informais. Por consequência, boa parte deles não conta com ajuda da legislação trabalhista nem com as políticas emergenciais pensadas para quem tem carteira assinada.
“Por mais que isso soe alarmista, esse quadro pode indicar uma situação de convulsão social num futuro próximo”, avalia Renato Meirelles, fundador do Data Favela, uma parceria do Instituto Locomotiva e da Cufa (Central Única das Favelas). Os dados foram publicados no jornal Folha de S.Paulo.
A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
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