“A eleição deu voz a quem não era ouvido”. A frase de Jair Bolsonaro dita durante seu segundo discurso como presidente da República marcou a cerimônia de posse nesta terça-feira (1º), em Brasília.
Após receber a faixa presidencial das mãos de Michel Temer, o novo presidente da República disse que se colocou “diante de toda a nação, que neste dia começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto”.
Interrompido algumas vezes por aplausos do público ou por gritos de “mito” e “o capitão voltou”, Bolsonaro fez questão de ressaltar que vai colocar em prática “o projeto que a maioria do povo brasileiro democraticamente escolheu”.
“Temos o grande desafio de enfrentar os efeitos da crise econômica, do desemprego recorde, da ideologização das nossas crianças, do desvirtuamento dos direitos humanos e da desconstrução da família. Vamos propor e implementar as reformas necessárias, vamos ampliar infraestruturas, desburocratizar, simplificar. Também é urgente acabar com a ideologia que defende bandido e criminaliza policiais.”
Segundo Bolsonaro, sua eleição veio com “a campanha mais barata da história”. O militar reformado também fez questão de lembrar que conseguiu “montar um governo sem conchavos ou acertos políticos”, formando “um time de ministros técnicos e capazes de transformar o Brasil.”
A cerimônia também contou com um momento íntimo do presidente e sua esposa, Michelle Bolsonaro. Durante seu inesperado discurso em libras, a primeira-dama quebrou o protocolo e beijou Jair Bolsonaro em duas oportunidades.
O novo presidente da República também falou sobre combate à corrupção, privilégios e vantagens indevidas. Mais uma vez, prometeu simplificar o sistema político e financeiro do país.
“O brasileiro pode e deve sonhar com uma vida melhor. Com melhores condições para usufruir do fruto de seu trabalho pela meritocracia. E ao governo, cabe ser honesto e eficiente, apoiando e pavimentando o caminho que nos levar a um futuro melhor, em vez de criar pedágios e barreiras.”
Ao final do discurso, ao lado de seu vice, general Hamilton Mourão, Bolsonaro disse que a bandeira do Brasil “só será vermelha se for preciso sangue para mantê-la verde e amarela”.
Mais cedo, já empossado como presidente, Bolsonaro afirmou que “nada aconteceria sem o esforço e o engajamento de cada um dos brasileiros.” Ele participou de sessão solene na sede do Legislativo Federal ao lado dos presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal.
Em rápido discurso, o novo presidente também falou do compromisso de resgatar a legitimidade do Congresso e fez um apelo aos parlamentares para que o ajudassem “na missão de restaurar e reerguer nossa pátria”.
Segundo estimativa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, 115 mil pessoas acompanharam a cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes na tarde desta terça-feira. Inicialmente, o Planalto falava em um público de 250 mil a 500 mil pessoas.
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